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Mulheres de PMs no RJ bloqueiam 2 batalhões na Baixada Fluminense

O 39° BPM, de Belford Roxo, e o 20° BPM, de Mesquita, tiveram os portões de acesso totalmente interditados pelas manifestantes

Protesto: elas dizem que não têm hora nem dia para saírem do quartel e reivindicam melhores condições de trabalho para seus maridos (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Protesto: elas dizem que não têm hora nem dia para saírem do quartel e reivindicam melhores condições de trabalho para seus maridos (Fernando Frazão/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 20h58.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2017 às 21h01.

O movimento de mulheres de policiais militares conseguiu bloquear totalmente pelo menos dois batalhões da PM (BPMs) na Baixada Fluminense.

O 39° BPM, de Belford Roxo, e o 20° BPM, de Mesquita, tiveram os portões de acesso totalmente interditados pelas manifestantes.

Nenhuma viatura entrava ou saia. Em Mesquita, um carro de polícia que tentou sair por um portão lateral foi perseguido e cercado pelas mulheres e obrigado a retornar ao quartel.

Elas dizem que não têm hora nem dia para saírem do quartel e reivindicam melhores condições de trabalho para seus maridos, além do pagamento em dia dos salários, do 13° salário e das horas-extras que os policiais fizeram durante as Olimpíadas.

No trajeto entre o centro da cidade e a Baixada, através da Linha Vermelha, a reportagem da Agência Brasil encontrou três viaturas da PM.

Na Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo, não foi avistada nenhuma viatura, mesma situação nos municípios de Belford Roxo e Mesquita.

"Estamos cobrando os direitos dos policiais, que não estão sendo cumpridos. Nós não vamos sair daqui enquanto o governo não tomar vergonha na cara e pagar o que deve. Se não tem salário, não tem polícia na rua", protestou Alberta Peres, que montou piquete no Batalhão de Belford Roxo.

A maioria das esposas de policiais reclama que não têm mais dinheiro para pagar contas, condomínio, escola dos filhos e nem para comprar comida.

"Estamos passando fome, estamos endividados. Este governo não paga os salários em dia. Nós estamos aqui pela causa justa. Todos estão nos apoiando porque eles sabem da nossa situação", disse Josilene Pereira, também em Belford Roxo.

"Queremos os salários em dia e a manutenção das viaturas, que enguiçam dentro de favelas. Queremos coletes novos, pois os atuais estão vencidos, queremos escalas dignas, atendimento no hospital militar. Ninguém renovou a escola dos filhos nem pagou o transporte escolar. Cortaram a nossa luz e compras a gente não sabe a última vez que fez, pois vivemos de doações", disse uma esposa de policial, na porta do Batalhão de Mesquita, que não quis se identificar.

Em nota, a PM afirma que não há paralisação da Polícia Militar, mas, sim, manifestações de familiares.

"A Polícia Militar reitera que respeita o direito democrático de manifestação pacífica, mas é fundamental que as formas de buscar os nossos direitos não impeçam o ir e vir dos nossos policiais, nem coloquem em risco as nossas vidas, dos nossos familiares e de toda a população", diz a nota.

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