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"Mulheres com Bolsonaro" tem mais de 300 mil membros no Facebook

"A gente é a favor da direita conservadora e da política militar", disse Raquel Codá, eleitora de Bolsonaro e uma das moderadoras do grupo, para EXAME

MULHERES EM FRENTE AO ALBERT EINSTEIN: grupo no Facebook destinado ao eleitorado feminino de Jair Bolsonaro foi criado há dois dias (Nacho Doce/Reuters)

Naiara Albuquerque

Publicado em 13 de setembro de 2018 às 13h23.

Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 10h49.

São Paulo — Apesar da grande parte do eleitorado de Jair Bolsonaro (PSL) ser formada por homens – segundo Ibope da última terça-feira, de cada dez novos eleitores do candidato, oito são homens e dois são mulheres – é o público feminino que vem chamando a atenção na última semana. Em resposta ao grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, que atingiu 1 milhão de participantesna madrugada desta quarta-feira (12), foi criado há dois dias o grupoMulheres com Bolsonaro #17 (oficial) em apoio ao candidato do PSL.

À EXAME, uma das criadoras do grupo que já reúne mais de 300 mil mulheres, fala sobre a iniciativa: “A gente é a favor da direita conservadora e da política militar. Achamos que com o Bolsonaro vai melhorar muito a segurança e as leis vão ficar mais firmes”, disse a estudante de enfermagem de 23 anos, Raquel Codá, que mora no Rio de Janeiro. Segundo ela o grupo ainda trabalha para unificar outros espalhados pela rede social com o mesmo objetivo.

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A movimentação feminina pró-Bolsonaro já existe há algumas semanas com a criação de uma página do Facebook chamada Damas de ferro. Para a estudante, muitas páginas do movimento de direita têm saído do ar, o que tem dificultado o trabalho das moderadoras.

Com a exclusão da página, a estudante de enfermagem viu em um grupo misto do Facebook pró-Bolsonaro a movimentação “Mulheres Unidas contra Bolsonaro” . Foi então que ela e mais outras moderadoras tiveram a ideia de criar o grupo favorável ao candidato. “Ainda estamos tentando unificar os grupos”, disse ela.

Qual é a polêmica

Conhecido por suas declarações polêmicas, Bolsonaro já foi condenado, em agosto de 2017, a pagar R$10 mil a deputada Maria do Rosário (PT-RS) por dizer que ela não merecia ser estuprada por ser “muito feia”. Desde então, o presidenciável vem, aos poucos, tentando desfazer a imagem de misógino ou machista que lhe tem sido atribuída. Segundo dados da Justiça Eleitoral, as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro.

Questionada sobre as declarações polêmicas de Bolsonaro, a estudante de enfermagem diz que a culpa é da mídia e dos grupos contrários ao candidato. “Achamos que isso é muito vitimismo. Eu tive o prazer de tirar uma foto com o Bolsonaro e fui muito bem tratada como civil. A mídia distorce muito as coisas”, disse Codá.

Segundo Codá, o grupo aceita apenas mulheres e não faz distinção de credo ou religião, apesar de não aceitar eleitoras contrárias ao candidato. “Queremos unir as meninas que são favoráveis a ele. As que não apoiam, não aceitamos. Não queremos bagunça, como já aconteceu”, disse.

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