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Mulher de Cabral fez 11 compras de joias, diz delatora

A informação foi divulgada nesta terça-feira (19) pela diretora comercial da joalheria H.Stern, Maria Luiza Trotta, durante depoimento

Adriana Ancelmo: a diretora da H.Stern disse que passou em 2012 a fazer vendas diretamente à então primeira-dama (Agência Brasil/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 22h23.

A ex-primeira-dama do Rio de Janeiro , Adriana Ancelmo, fez 11 compras de joias, quase todas sem nota fiscal, sempre de forma discreta, geralmente pagas em dinheiro vivo.

A informação foi divulgada nesta terça-feira (19) pela diretora comercial da joalheria H.Stern, Maria Luiza Trotta, durante depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que concentra os casos relativos à Operação Lava Jato e seus desdobramentos no Rio.

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Maria Luiza fez acordo de delação premiada, juntamente com os proprietários da empresa, que também foram ouvidos por Bretas, como testemunhas de acusação contra o ex-governador Sergio Cabral, Adriana e outros envolvidos.

A diretora da H.Stern disse que conheceu Adriana em 2009 e que passou em 2012 a fazer vendas diretamente à então primeira-dama, que era exigente e comprava joias de alto valor, como um par de brincos de R$ 1,8 milhão e outro par de brincos de R$ 1,2 milhão. Segundo ela, os pagamentos eram em dinheiro vivo e passaram a ser feitos na tesouraria da empresa.

O presidente da joalheria, Roberto Stern, disse que o total de compras do casal Adriana e Cabral chegava a R$ 6 milhões e que os certificados de autenticidade das joias não apresentavam o nome dos compradores, para garantir sigilo.

Também foram ouvidos o vice-presidente do grupo, Ronaldo Stern, e o ex-diretor financeiro, Oscar Stern. Todos reiteraram que a quase totalidade das vendas a Cabral e Adriana foram feitas sem emissão de nota fiscal e de forma sigilosa.

A defesa de Adriana divulgou nota lamentando que os diretores da H.Stern tenham faltado com a verdade, "a fim de manter seus prêmios obtidos com delação em que inventaram fatos".

A defesa de Cabral também escreveu nota criticando o fato de que as provas do processo tenham sido extraídas apenas da memória da diretora comercial da joalheria, já que em boa parte dos documentos originais não constava os nomes de Adriana e Cabral: "Com as oitivas de hoje, ficou claro que nem o presidente da empresa e nem os seus diretores sabiam do que se passava nas operações de compra e venda de joias".

O juiz Marcelo Bretas deve divulgar em breve, possivelmente nesta quarta-feira (20), a sentença do ex-governador Cabral e outras pessoas envolvidas na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato no Rio.

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