MPF: Ibama deve negar licença de exploração de petróleo na foz do Amazonas
Órgão entendeu que estudos de impactos ambientais feitos na foz do rio Amazonas foram insuficientes
Reuters
Publicado em 18 de abril de 2018 às 21h34.
Última atualização em 18 de abril de 2018 às 22h48.
O Ministério Público Federal ( MPF ) no Amapá recomendou nesta quarta-feira ao órgão ambiental federal, Ibama , que negue a licença ambiental para que a petroleira francesa Total explore petróleo na foz do rio Amazonas, informou o MPF em nota.
O órgão entendeu que os estudos de impactos ambientais feitos na área, onde foram identificados recifes de corais e ecossistema ainda desconhecido, foram insuficientes. O MPF avaliou ainda que a liberação de atividade petrolífera na região viola acordos internacionais assinados pelo Brasil e pode implicar em destruição em larga escala do meio ambiente.
"Especificamente para este caso, o MPF defende a aplicação dos princípios da prevenção e da precaução, que significam o dever do Poder Público de agir antecipadamente diante do risco. Desse modo, o MPF entende que a única forma de garantir que se evite danos ambientais na área é negando o licenciamento", disse o MPF em nota.
"O MPF concedeu dez dias de prazo para o Ibama informar o acatamento ou não da recomendação. Caso não atenda, serão adotadas as medidas judiciais cabíveis", acrescentou.
A Total é a operadora de cinco blocos na Bacia da Foz do Rio Amazonas, adquiridos na 11ª Rodada de licitação de blocos exploratórios de petróleo, em 2013, em parceria com a brasileira Petrobras e a britânica BP.
No entanto, a exploração na região enfrenta forte resistência de ambientalistas, devido a presença de ecossistemas sensíveis, como corais de águas profundas, ainda pouco conhecidos na região.
A petroleira vem tentando, nos últimos anos, sem sucesso, obter licença do Ibama para realizar perfurações exploratórias em seus blocos.