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MPF apresenta denúncia contra suspeitos da Operação Pripyat

Ministério Público Federal apresentou denúncia contra ex-funcionários da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, e suspeitos de serem operadores de propina


	Eletrobras: Pripyat é um desdobramento da 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radiotividade
 (Wikimedia Commons)

Eletrobras: Pripyat é um desdobramento da 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radiotividade (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2016 às 22h19.

Rio - O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF/RJ) apresentou nesta quarta-feira, 27, denúncia contra ex-funcionários da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, e suspeitos de serem operadores de propina em esquema investigado pela Operação Pripyat, deflagrada no início do mês.

O documento foi entregue à 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

Os detalhes da denúncia serão anunciados nesta quinta-feira, 28, pelos procuradores que compõem a força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio. O grupo é composto pelos procuradores Lauro Coelho Junior, José Augusto Vagos e Eduardo El Hage.

A Pripyat é um desdobramento da 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radiotividade.

Em 6 de julho, o MPF recolheu provas adicionais de crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro. Na data, a Polícia Federal prendeu dez pessoas acusadas de desviar recursos da obra da Usina Nuclear Angra 3, investimento de R$ 17 bilhões no litoral sul do Estado.

Entre os presos estava o vice-almirante reformado Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, que já havia sido preso pela Lava Jato no ano passado e estava em prisão domiciliar desde dezembro. Ele voltou para a cadeia.

A Operação Pripyat também atingiu o então presidente da subsidiária da Eletrobras, Pedro José Diniz Figueiredo, que foi afastado do cargo por decisão judicial e levado a depor por condução coercitiva.

Além de Othon, foram presos cinco funcionários do alto escalão da Eletronuclear, que já estavam afastados de seus cargos por conta de apurações internas.

Segundo as investigações, o alto escalão da estatal recebeu R$ 26,4 milhões em propina por Angra 3.

O dinheiro era pago tanto por meio de prestação fictícia de serviços - por firmas como Flexsystem, VW Refrigeração, Eval, Legend, SP Terraplanagem e JSM Engenharia, as três últimas de Adir Assad, acusado de ser operador de propina - quanto em dinheiro vivo.

Os valores eram sacados num esquema de "caixa 2" com as empresas ligadas a Assad. Além das prisões, nove pessoas foram levadas a depor por condução coercitiva.

Nas estimativas dos procuradores divulgadas no início do mês, incluindo o valor destinado a políticos, as propinas podem chegar a R$ 48 milhões, considerando o porcentual de 4% sobre o contrato de R$ 1,2 bilhão da Andrade Gutierrez para as obras civis de Angra 3.

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