MP-SP denuncia 30 executivos por cartel de trens
As fraudes teriam sido perpetradas nos governos Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2014 às 15h23.
São Paulo - O Ministério Público estadual de São Paulo ofereceu na segunda-feira (24) cinco denúncias criminais contra 30 executivos de 12 empresas por formação de cartel e fraude a licitações no setor metroferroviário do Estado entre 1998 e 2008. As fraudes teriam sido perpetradas nos governos Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
A denúncia tem base em acordo de leniência firmado pela empresa alemã Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Economica (Cade) do governo federal, e apurações complementares feitas pelo promotor de Justiça Marcelo Mendroni, do grupo de repressão a delitos econômicos.
No total, 12 executivos da Siemens foram denunciados, em sua maioria diretores e gerentes, alguns deles da matriz alemã da multinacional. Os seis executivos que firmaram o acordo de leniência não foram acusados pela Promotoria porque a lei de concorrência brasileira protege os colaboradores.
Por se tratar de denúncia criminal, as empresas não foram denunciadas. Além da Siemens, foram denunciados funcionários da Alstom (3), CAF (1), Bombardier (2), T`Trans (3), Mitsui (1), MGE (2), Temoinsa (2), Tejiofran (1), Balfour Beatty (1), Hyundai-Rotem (1). Daimler-Chrysler (1).
Todos os executivos foram denunciados por três crimes, sendo um de formação de cartel e dois tipos distintos de fraude a licitação. Se condenados, podem pegar de 2 a 15 anos de prisão. Acima de oito, o regime da prisão é fechado. Entre quatro e oito o regime é o semiaberto.
"Pela gravidade e pela repercussão, acredito que os juízes serão rigorosos", afirmou Mendroni. Ele disse, contudo, que no Brasil o crime de cartel, isoladamente, compensa, porque prevê penas baixas, de dois a cinco anos - ate quatro, o regime e aberto.
Para Mendroni, no único contrato firmado na gestão Serra o cartel que se formou entre as empresas Alstom, Siemens, Hyundai-Rotem e Mitsui não conseguiu ganhar da CAF, que neste projeto especifico não participou do cartel.
Contudo, houve denúncia por formação de cartel neste caso porque, segundo o promotor, a lei diz que há o crime quando há frustração do caráter competitivo da licitação, e não quando a concorrência é vencida.
No total, os 11 contratos referentes às cinco licitações, com os respectivos aditivos, somam R$ 2,8 bilhões, em valores não atualizados.
Embora não seja o responsável por apurar o total do valor a ser ressarcido aos cofres públicos - o que fica a cargo de outras promotorias - Mendroni considera ter havido um superfaturamento da ordem de 30%, ou aproximadamente R$ 850 milhões.
Ele disse considerar justo que as empresas devolvam pelo menos o dobro desse valor, ou R$ 1,7 bilhão.
A promotoria de Mendroni não apura os eventuais crimes de corrupção deste caso porque essa investigação está a cargo do Gaeco, grupo do MP que combate o crime organizado.
Os novos projetos incluídos na nota técnica do Cade na semana passada - a reforma das linhas 1 e 3 do Metro e a reforma da serie 5500 da CPTM - serão investigados a partir de agora e devem gerar novas denúncias criminais.
São Paulo - O Ministério Público estadual de São Paulo ofereceu na segunda-feira (24) cinco denúncias criminais contra 30 executivos de 12 empresas por formação de cartel e fraude a licitações no setor metroferroviário do Estado entre 1998 e 2008. As fraudes teriam sido perpetradas nos governos Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
A denúncia tem base em acordo de leniência firmado pela empresa alemã Siemens com o Conselho Administrativo de Defesa Economica (Cade) do governo federal, e apurações complementares feitas pelo promotor de Justiça Marcelo Mendroni, do grupo de repressão a delitos econômicos.
No total, 12 executivos da Siemens foram denunciados, em sua maioria diretores e gerentes, alguns deles da matriz alemã da multinacional. Os seis executivos que firmaram o acordo de leniência não foram acusados pela Promotoria porque a lei de concorrência brasileira protege os colaboradores.
Por se tratar de denúncia criminal, as empresas não foram denunciadas. Além da Siemens, foram denunciados funcionários da Alstom (3), CAF (1), Bombardier (2), T`Trans (3), Mitsui (1), MGE (2), Temoinsa (2), Tejiofran (1), Balfour Beatty (1), Hyundai-Rotem (1). Daimler-Chrysler (1).
Todos os executivos foram denunciados por três crimes, sendo um de formação de cartel e dois tipos distintos de fraude a licitação. Se condenados, podem pegar de 2 a 15 anos de prisão. Acima de oito, o regime da prisão é fechado. Entre quatro e oito o regime é o semiaberto.
"Pela gravidade e pela repercussão, acredito que os juízes serão rigorosos", afirmou Mendroni. Ele disse, contudo, que no Brasil o crime de cartel, isoladamente, compensa, porque prevê penas baixas, de dois a cinco anos - ate quatro, o regime e aberto.
Para Mendroni, no único contrato firmado na gestão Serra o cartel que se formou entre as empresas Alstom, Siemens, Hyundai-Rotem e Mitsui não conseguiu ganhar da CAF, que neste projeto especifico não participou do cartel.
Contudo, houve denúncia por formação de cartel neste caso porque, segundo o promotor, a lei diz que há o crime quando há frustração do caráter competitivo da licitação, e não quando a concorrência é vencida.
No total, os 11 contratos referentes às cinco licitações, com os respectivos aditivos, somam R$ 2,8 bilhões, em valores não atualizados.
Embora não seja o responsável por apurar o total do valor a ser ressarcido aos cofres públicos - o que fica a cargo de outras promotorias - Mendroni considera ter havido um superfaturamento da ordem de 30%, ou aproximadamente R$ 850 milhões.
Ele disse considerar justo que as empresas devolvam pelo menos o dobro desse valor, ou R$ 1,7 bilhão.
A promotoria de Mendroni não apura os eventuais crimes de corrupção deste caso porque essa investigação está a cargo do Gaeco, grupo do MP que combate o crime organizado.
Os novos projetos incluídos na nota técnica do Cade na semana passada - a reforma das linhas 1 e 3 do Metro e a reforma da serie 5500 da CPTM - serão investigados a partir de agora e devem gerar novas denúncias criminais.