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MP pode abrir processo por homicídio doloso no Hopi Hari

Rogério Sanches, promotor criminal de Vinhedo, afirmou que o Ministério Público trabalha com a possibilidade de ter havido "grau máximo de negligência"

Hopi Hari: garota morreu ao ter caído do brinquedo Torre Eiffel (Rafael Acorsi/Flickr)

Hopi Hari: garota morreu ao ter caído do brinquedo Torre Eiffel (Rafael Acorsi/Flickr)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 10h07.

“O fato é bem mais grave do que imaginávamos”, afirmou o promotor criminal de Vinhedo, Rogério Sanches, depois de analisar as novas provas do acidente que culminou com a morte de Gabriella Yukari Nichimura, de 14 anos, que caiu de um brinquedo no parque Hopi Hari na última sexta-feira, dia 24. “Falha humana eu tinha certeza que havia acontecido, só não sabia o grau. Hoje, o Ministério Público trabalha com grau máximo de negligência”.

Sanches se refere às declarações do advogado da família de Gabriela, Ademar Gomes. Ele revelou, nesta quarta-feira, que a polícia periciou a cadeira errada. A adolescente estaria sentada na ponta – e não no meio –, numa cadeira que já havia sido interditada pelo parque. De acordo com o próprio Hopi Hari, essa cadeira poderia comprometer a segurança dos frequentadores: uma pessoa muito alta, por exemplo, corria o risco de bater o pé na estrutura de metal da torre.

Segundo o promotor, a família de Gabriela mostrou fotos onde a menina aparece nessa cadeira interditada. Primeiro, logo depois de sentar-se. Em seguida, tentando se segurar enquanto o brinquedo começava a subir. Nas imagens, não aparece a trava de segurança.

“A investigação estava sendo induzida ao erro”, declarou Sanches. O promotor afirmou que a informação de que Gabriela estava na cadeira do meio foi passada por testemunhas que estavam no brinquedo ou presenciaram a queda e confirmada pelo Hopi Hari e por um engenheiro do parque que prestou depoimento.

“Essa menina estava ocupando uma cadeira que jamais poderia estar sendo utilizada”, disse Sanches. De acordo com o promotor, a perícia foi novamente ao local nesta quarta-feira e atestou que o assento da ponta, onde estaria Gabriela, faz um movimento de chicote. “Ela subiu segurando só no colete. Estava flutuando. Essa menina entrou numa verdadeira arma”, lamentou.

O promotor afirmou que as investigações continuam e que não descarta a possibilidade de abrir um processo por homicídio doloso. “Se for comprovado falha, poderemos pedir a interdição do brinquedo e até do parque”, endossou a promotora Ana Beatriz Vieira.

Novos depoimentos - Álvaro Santucci Noventa Júnior, delegado responsável pelas investigações, disse que, um operador do Hopi Hari que se apresentou por vontade própria e já prestou depoimento, contou que, 15 minutos antes da abertura do parque, comunicou aos responsáveis a falha no brinquedo. Ele não estava presente no momento do acidente.

Nesta quinta-feira, o gerente operacional do parque prestará depoimento. Também será ouvido novamente o engenheiro que afirmou que Gabriela estava sentada na cadeira do meio. A família da adolescente dará uma entrevista coletiva no início da tarde.

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