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MP luta contra limite de poder de investigação pela polícia

Intitulada Brasil contra a Impunidade, a campanha pretende mobilizar a população inicialmente por meio da internet, com divulgações em redes sociais

Polícia Federal: “É o mais flagrante desrespeito à Constituição Federal, que só vai beneficiar quem quer a impunidade", afirmou o deputado Randolfe Rodrigues (PSOL - AP) (Divulgação/Polícia Federal)
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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 12h45.

Brasília – Associações representativas de membros do Ministério Público lançaram hoje (11), em Brasília, uma campanha para chamar a atenção da sociedade aos efeitos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 37/2011, que pretende limitar os poderes investigativos das polícias Civil e Federal na esfera criminal, inviabilizando a atuação de outros órgãos como o MP.

Intitulada Brasil contra a Impunidade, a campanha pretende mobilizar a população inicialmente por meio da internet , com divulgações em redes sociais. A partir do ano que vem, serão promovidas audiências públicas em diversos estados, e os resultados serão encaminhados a parlamentares, para pressioná-los a rejeitar a proposta. Também como parte da mobilização, será entregue no início da tarde de hoje uma carta ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), com os motivos pelos quais a categoria é contrária à PEC, que foi aprovada por comissão especial da Casa Legislativa.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Oswaldo Trigueiro, a "PEC da Impunidade", como foi apelidada, representa o enfraquecimento da sociedade brasileira. Ele enfatizou que não se trata de uma luta corporativa, mas de um movimento em defesa da democracia. "Essa PEC é um equívoco, um retrocesso. A polícia deve continuar conduzindo o inquérito. Ela é técnica e sabe fazer isso, mas o Ministério Público deve coordenar a investigação, até porque somos os destinatários dessa investigação", disse, durante o lançamento da campanha.

Trigueiro acrescentou que a PEC poderá gerar insegurança jurídica, na medida em que permitirá que réus em procedimentos criminais suscitem questionamentos processuais sobre supostas nulidades, retardando as investigações e colocando em liberdade responsáveis por crimes. Ele citou o caso do julgamento da Ação Penal 470, cujos réus poderiam questionar as condenações com a aprovação da PEC. "[Com isso] as investigações produzidas no ambiente do Ministério Público passariam a sofrer esse tipo de questionamento, o que pode gerar inúmeras discussões jurídicas", disse.


"Imagine questionar a investigação legítima, criteriosa, com as garantias preservadas. O fato de as investigações terem sido feitas por um órgão de controle que não mais é autorizado a investigar, colocaria por terra todo o trabalho dessas instituições", acrescentou.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Carlos Eduardo de Azevedo Lima, também repudiou a medida e disse se tratar de um "enorme retrocesso". "Ela contribui enormemente para o aumento da impunidade e a intensificação dos prejuízos à sociedade brasileira", disse.

Na avaliação do presidente da Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Antônio Marcos Dezan, a proposta é "um verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito". "Não queremos antagonismo com a polícia, mas continuar trabalhando juntos, somando forças", defendeu.

Também presente à solenidade, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) fez duras críticas à PEC e disse que, se aprovada, ela não vai representar uma investigação mais eficiente. "Ela vem para criar mais problemas numa tentativa equivocada de valorizar uma corporação [a polícia] pelo caminho errado. O Brasil precisa de mais investigação e não de menos investigação e sem um Ministério Público fortalecido não será possível avançar no combate à corrupção e à impunidade", defendeu.

Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que também participou do lançamento da campanha, a proposta é inconstitucional. “É o mais flagrante desrespeito à Constituição Federal, que só vai beneficiar quem quer a impunidade, quem não quer que o Brasil avance em suas ações de combate à corrupção”, disse.

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Brasília – Associações representativas de membros do Ministério Público lançaram hoje (11), em Brasília, uma campanha para chamar a atenção da sociedade aos efeitos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 37/2011, que pretende limitar os poderes investigativos das polícias Civil e Federal na esfera criminal, inviabilizando a atuação de outros órgãos como o MP.

Intitulada Brasil contra a Impunidade, a campanha pretende mobilizar a população inicialmente por meio da internet , com divulgações em redes sociais. A partir do ano que vem, serão promovidas audiências públicas em diversos estados, e os resultados serão encaminhados a parlamentares, para pressioná-los a rejeitar a proposta. Também como parte da mobilização, será entregue no início da tarde de hoje uma carta ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), com os motivos pelos quais a categoria é contrária à PEC, que foi aprovada por comissão especial da Casa Legislativa.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais, Oswaldo Trigueiro, a "PEC da Impunidade", como foi apelidada, representa o enfraquecimento da sociedade brasileira. Ele enfatizou que não se trata de uma luta corporativa, mas de um movimento em defesa da democracia. "Essa PEC é um equívoco, um retrocesso. A polícia deve continuar conduzindo o inquérito. Ela é técnica e sabe fazer isso, mas o Ministério Público deve coordenar a investigação, até porque somos os destinatários dessa investigação", disse, durante o lançamento da campanha.

Trigueiro acrescentou que a PEC poderá gerar insegurança jurídica, na medida em que permitirá que réus em procedimentos criminais suscitem questionamentos processuais sobre supostas nulidades, retardando as investigações e colocando em liberdade responsáveis por crimes. Ele citou o caso do julgamento da Ação Penal 470, cujos réus poderiam questionar as condenações com a aprovação da PEC. "[Com isso] as investigações produzidas no ambiente do Ministério Público passariam a sofrer esse tipo de questionamento, o que pode gerar inúmeras discussões jurídicas", disse.


"Imagine questionar a investigação legítima, criteriosa, com as garantias preservadas. O fato de as investigações terem sido feitas por um órgão de controle que não mais é autorizado a investigar, colocaria por terra todo o trabalho dessas instituições", acrescentou.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Carlos Eduardo de Azevedo Lima, também repudiou a medida e disse se tratar de um "enorme retrocesso". "Ela contribui enormemente para o aumento da impunidade e a intensificação dos prejuízos à sociedade brasileira", disse.

Na avaliação do presidente da Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, Antônio Marcos Dezan, a proposta é "um verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito". "Não queremos antagonismo com a polícia, mas continuar trabalhando juntos, somando forças", defendeu.

Também presente à solenidade, o deputado federal Alessandro Molon (PT-RJ) fez duras críticas à PEC e disse que, se aprovada, ela não vai representar uma investigação mais eficiente. "Ela vem para criar mais problemas numa tentativa equivocada de valorizar uma corporação [a polícia] pelo caminho errado. O Brasil precisa de mais investigação e não de menos investigação e sem um Ministério Público fortalecido não será possível avançar no combate à corrupção e à impunidade", defendeu.

Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que também participou do lançamento da campanha, a proposta é inconstitucional. “É o mais flagrante desrespeito à Constituição Federal, que só vai beneficiar quem quer a impunidade, quem não quer que o Brasil avance em suas ações de combate à corrupção”, disse.

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