MP e Defensoria do Rio defendem manutenção do isolamento
Isolamento vertical defendido por Bolsonaro, mal visto por especialistas, ganhou mais críticos neste domingo
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2020 às 17h28.
O isolamento vertical defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, que já é mal visto por especialistas, ganhou mais críticos neste domingo. Em nota conjunta, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio, além dos braços fluminenses do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União, reforçam a defesa do chamado isolamento horizontal, modelo que tem sido adotado por governadores e prefeitos.
No caso da medida que o presidente defende, idosos e outros integrantes do grupo de risco do novo coronavírus ficariam em isolamento, mas as demais pessoas poderiam viver normalmente. Já no caso do isolamento horizontal - defendido por especialistas, pela Organização Mundial da Saúde e pelo próprio Ministério da Saúde -, todos devem aderir às restrições, já que, uma vez infectados, poderiam contaminar quem é do grupo de risco.
A nota divulgada pelos órgãos endossa a recomendação e também manifesta preocupação com os danos causados pela crise na economia. Pedem, por isso, a adoção de medidas econômicas e de proteção social.
O Rio renovou, na última sexta-feira, 27, o decreto do governador Wilson Witzel que restringe uma série de aspectos da vida cotidiana, como o acesso às praias e o funcionamento das escolas.
Witzel tem protagonizado embates com Bolsonaro no âmbito da crise, posicionando-se contra a atitude do presidente de negar a importância do isolamento horizontal. Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo na semana passada, disse que o presidente cometeu improbidade administrativa no seu último pronunciamento à população, quando defendeu a reabertura de escolas e do comércio.