MP do Rio quer que major do caso Amarildo seja isolado
Ministério Público quer que major Edson Santos seja isolado dos outros nove policiais que estão presos acusados pelo desaparecimento do pedreiro
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2013 às 21h36.
Rio - O Ministério Público do Rio quer que o major Edson Santos, ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) da Rocinha, na zona sul do Rio, seja isolado dos outros nove policiais que, como ele, estão presos acusados pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho, após ser detido para averiguação.
Santos está encarcerado com os demais PMs, que eram subordinados a ele na UPP, na Unidade Prisional, cadeia que recebe apenas policiais militares, em Benfica (zona norte). Os dez policiais foram denunciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
Segundo a promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o major está exercendo influência sobre os presos, o que pode comprometer os depoimentos a serem prestados durante a ação penal que tramita na 35ª Vara Criminal do Rio. A promotora estuda a possibilidade de pedir a transferência do oficial para uma unidade federal.
Carmem Eliza também anunciou que nos próximos dias denunciará mais PMs por envolvimento no caso Amarildo. Na noite de domingo, 13, ela e outros promotores do Gaeco tomaram o depoimento de um PM que trabalhava na UPP e estava em serviço na Rocinha na noite em que o pedreiro sumiu. Ele contou que, ao chegar ao trabalho, recebeu do tenente Luis de Medeiros, que chefiava o turno, ordem para entrar em um dos contêineres da UPP e só sair quando fosse autorizado.
O PM afirmou que ficou no contêiner com mais dez PMs por 40 minutos. No período, ouviu gritos de homem, ruídos de choque e outros sons que podem caracterizar uma sessão de tortura. Depois, houve silêncio, homens gritaram que havia ocorrido um problema e, por fim, o PM diz ter ouvido ruídos semelhantes aos feitos por pessoas ingressando na mata. Existe um parque ecológico ao redor da UPP.
Por causa do depoimento, policiais civis fizeram anteontem nova busca no parque. Com auxílio de luminol (produto químico que reage à presença de sangue), identificaram áreas onde pode haver resquícios de sangue. Serão necessários exames complementares para confirmar que se trata de sangue.
Segundo a promotora, todos os 11 PMs que estavam trabalhando naquela noite e permaneceram no contêiner poderão ser denunciados, mesmo não tendo participado do crime. A acusação seria omissão, já que não teriam agido para evitar a tortura. A promotora disse que, quando decidir quantos policiais incluirá na denúncia, fará um aditamento. A identidade do PM que depôs no domingo é mantida em sigilo. Ele está sob proteção. Segundo o Ministério Público, outras pessoas estão auxiliando as investigações.
Rio - O Ministério Público do Rio quer que o major Edson Santos, ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora ( UPP ) da Rocinha, na zona sul do Rio, seja isolado dos outros nove policiais que, como ele, estão presos acusados pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho, após ser detido para averiguação.
Santos está encarcerado com os demais PMs, que eram subordinados a ele na UPP, na Unidade Prisional, cadeia que recebe apenas policiais militares, em Benfica (zona norte). Os dez policiais foram denunciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
Segundo a promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, o major está exercendo influência sobre os presos, o que pode comprometer os depoimentos a serem prestados durante a ação penal que tramita na 35ª Vara Criminal do Rio. A promotora estuda a possibilidade de pedir a transferência do oficial para uma unidade federal.
Carmem Eliza também anunciou que nos próximos dias denunciará mais PMs por envolvimento no caso Amarildo. Na noite de domingo, 13, ela e outros promotores do Gaeco tomaram o depoimento de um PM que trabalhava na UPP e estava em serviço na Rocinha na noite em que o pedreiro sumiu. Ele contou que, ao chegar ao trabalho, recebeu do tenente Luis de Medeiros, que chefiava o turno, ordem para entrar em um dos contêineres da UPP e só sair quando fosse autorizado.
O PM afirmou que ficou no contêiner com mais dez PMs por 40 minutos. No período, ouviu gritos de homem, ruídos de choque e outros sons que podem caracterizar uma sessão de tortura. Depois, houve silêncio, homens gritaram que havia ocorrido um problema e, por fim, o PM diz ter ouvido ruídos semelhantes aos feitos por pessoas ingressando na mata. Existe um parque ecológico ao redor da UPP.
Por causa do depoimento, policiais civis fizeram anteontem nova busca no parque. Com auxílio de luminol (produto químico que reage à presença de sangue), identificaram áreas onde pode haver resquícios de sangue. Serão necessários exames complementares para confirmar que se trata de sangue.
Segundo a promotora, todos os 11 PMs que estavam trabalhando naquela noite e permaneceram no contêiner poderão ser denunciados, mesmo não tendo participado do crime. A acusação seria omissão, já que não teriam agido para evitar a tortura. A promotora disse que, quando decidir quantos policiais incluirá na denúncia, fará um aditamento. A identidade do PM que depôs no domingo é mantida em sigilo. Ele está sob proteção. Segundo o Ministério Público, outras pessoas estão auxiliando as investigações.