Uma autoridade dos organizadores da Copa do Mundo FIFA no Brasil acompanha visitantes em um tour dentro da Arena Pantanal em Cuiabá (Brian Winter/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 16h43.
Cuiabá - O Ministério Público Federal (MPF) ainda aguarda um laudo do projetista da Arena Pantanal, estádio de Cuiabá que será usado na Copa do Mundo, para determinar se o local é seguro e se não houve danos estruturais provocados por um incêndio em parte do subsolo em outubro, disse a procuradora responsável pelo caso.
A procuradora da República, Bianca de Britto Araújo, disse a jornalistas nesta quarta-feira durante inspeção no estádio que um laudo produzido pela construtora Concremat, responsável pela arena, também apontou a necessidade de um cálculo estrutural feito pelo projetista.
"Falta a análise estrutural que deve ser feita pelo projetista da obra, ou por um engenheiro, que possa atestar que nas áreas afetadas, apontadas pela própria Concremat, há segurança para a liberação do estádio", disse ela a jornalistas.
"O material encaminhado para o Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual não foi conclusivo no sentido de atestar a segurança da Arena Pantanal", acrescentou.
No fim de semana, a Reuters revelou que um documento do Ministério Público Estadual do Mato Grosso elaborado em dezembro apontou que um incêndio em parte do subsolo da Arena Pantanal causou "danos estruturais" que poderiam comprometer a estabilidade global da construção.
A Secretaria da Copa (Secopa) do governo do Mato Grosso negou a existência de danos estruturais na obra e disse que o documento do MP matogrossense foi elaborado antes da realização de reparos no estádio, que receberá quatro jogos pela primeira fase da Copa do Mundo.
Nesta quarta-feira, o MPF e o MPE fizeram uma vistoria na arena acompanhados de representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do Mato Grosso e do secretário-adjunto da Secopa, Alysson Sander.
A procuradora da República também entregou para Sander um ofício solicitando que o governo do Estado comprove a realização de reparos no estádio após o incêndio.
"O que hoje o MPF solicita é a demonstração dos reparos executados. Foram feitos testes, e a estrutura da Arena suporta fluxo de multidão. Não há nenhum dano global na estrutura da Arena", disse Sander, acrescentando que será enviado um relatório ao MPF comprovando os reparos.
Bianca de Britto espera se reunir na semana que vem com os representantes do CREA e com um perito do MPF que virá de Brasília para analisar a documentação para, então, decidir qual encaminhamento será dado ao inquérito.
Embora Sander, da Secopa, não tenha dado um prazo para a entrega dos documentos solicitados pelo MPF, ele disse esperar que a questão da Arena Pantanal, que tem custo estimado de 570 milhões de reais e está com cerca de 90 por cento das obras concluídas, esteja resolvida até o fim do mês.
"Estou com esperança de que até o fim deste mês já tenha resolvido e pacificado a solução (para a obra) com o arquivamento do inquérito", disse.