Mourão explica ausência de Bolsonaro no Planalto: 'Está com uma ferida na perna'
"É questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela. Não pode vestir calça, como é que ele vai vir para cá de bermuda?", afirmou o vice-presidente
Agência O Globo
Publicado em 16 de novembro de 2022 às 15h52.
Recluso no Palácio da Alvorada há duas semanas, desde que foi derrotado nas eleições presidenciais, o presidente Jair Bolsonaro delegou ao seu vice, Hamilton Mourão, a tarefa de receber as cartas credenciais de embaixadores estrangeiros. A justificativa, segundo o senador eleito pelo RS, é de que o presidente está com uma ferida na perna que o impede de colocar uma calça.
A cerimônia, que geralmente conta com a participação do chefe do Executivo, foi realizada na manhã desta quarta-feira no Palácio do Planalto.
"É questão de saúde. Está com uma ferida na perna, uma erisipela. Não pode vestir calça, como é que ele vai vir para cá de bermuda?", afirmou o vice-presidente ao GLOBO.
Mourão disse que não tem conversado com o presidente e que Bolsonaro não pediu diretamente a ele para participar da cerimônia, mas que mandou um "recado".
Bolsonaro segue, sem aparições públicas, no Alvorada. Inicialmente, a agenda dele previa um encontro com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, às 15h. A agenda, contudo, foi atualizada, e não há mais qualquer compromisso previsto.
Desde o resultado da eleição, no dia 30 de outubro, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito, o atual presidente da República só esteve no Planalto duas vezes.
No Alvorada, o presidente tem recebido alguns ministros, assessores e políticos aliados. Nesse período, Bolsonaro fez apenas duas declarações públicas — um pronunciamento e um vídeo publicado em redes sociais — e deixou de fazer as suas tradicionais transmissões ao vivo semanais.
Embaixadores
Na tradição diplomática, a apresentação da carta credencial formaliza o início do trabalho de um embaixador naquele país. Nesta quarta, um dos representantes estrangeiros recebidos no Planalto foi o embaixador da Argentina, Daniel Scioli.
Ele já havia sido embaixador no Brasil por um ano e meio, mas deixou o cargo em junho para assumir o Ministério do Desenvolvimento Econômico. Em julho, contudo, ele deixou a pasta e foi indicado novamente ao posto diplomático em Brasília.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, é aliado de Lula. Fernández visitou o petista em São Paulo um dia após o segundo turno da eleição, e estava acompanhado de Scioli.
Também foram recebidas as embaixadoras do México, Laura Esquivel; da Dinamarca, Eva Bisgaard Pedersen; e da Finlândia, Johanna Karanko, entre outros representantes estrangeiros.
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