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Mortos na Cidade de Deus eram traficantes, dizem moradores

"Eles eram traficantes, mas isso não justifica terem sido mortos com tiros à queima roupa e facadas", disse morador

Cidade de Deus: mortos estavam sem objetos pessoais ou armas e alguns deles estavam sem roupas (Eduardo Monteiro/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de novembro de 2016 às 15h29.

Rio - Os corpos de sete homens foram encontrados às margens de um brejo, na Comunidade do Caratê, localidade da favela Cidade de Deus . Os mortos estavam sem objetos pessoais ou armas e alguns deles estavam sem roupas. Moradores acusam policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de terem executado os homens. "O problema é a forma como as mortes aconteceram. Eles eram traficantes, mas isso não justifica terem sido mortos com tiros à queima roupa e facadas", afirmou o pastor Leonardo Martins da Silva. Entre as vítimas está o seu filho, Leonardo Martins da Silva Júnior, de 22 anos, que integrava a facção criminosa Comando Vermelho.

De acordo com moradores, os confrontos começaram na noite de quinta-feira (17), na Gardênia Azul, bairro vizinho à Cidade de Deus, numa disputa de territórios entre milicianos e traficantes. A Polícia Militar interveio e estendeu a ação para a Cidade de Deus, concentrando abordagens na região conhecida como Caratê.

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Neste sábado a operação policial se intensificou. "A noite foi de terror. Tiroteio o tempo inteiro. Mas, pelo visto, esse pessoal foi morto quando já estava rendido", disse uma moradora, que não quis se identificar. O confronto pior teria ocorrido por volta das 2h. Há informações de pelo menos mais três corpos em diferentes pontos da favela. "A gente paga impostos e é nosso direito que pelo menos o rabecão entre na comunidade para recolher os corpos", afirmou o pastor.

As reações entre os moradores se dividem. Alguns condenam a chacina. Outros elogiam a atuação do Bope e dizem que servirá de exemplo para outros criminosos.

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