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Mortalidade por Aids cai 78% desde 1995 em São Paulo

Esta quinta-feira é marcada pelo Dia Mundial da Luta contra a Aids

A taxa de mortalidade era de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes em 1995; 7,6 em 2010; e chegou a 3,8 em 2021. (Tribune News Service/Getty Images)

A taxa de mortalidade era de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes em 1995; 7,6 em 2010; e chegou a 3,8 em 2021. (Tribune News Service/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 30 de novembro de 2022 às 21h25.

Última atualização em 30 de novembro de 2022 às 21h25.

Levantamento da Fundação Seade, órgão do governo paulista, mostra que a mortalidade por Aids no estado caiu 78% desde 1995, ano do pico de mortes pela doença. Na década de 1990 foram 7.739 mortes, sendo 5.850 homens. Em 2021, foram 1.719 mortes, sendo 1.237 entre a população masculina. A taxa de mortalidade era de 22,9 óbitos por 100 mil habitantes em 1995; 7,6 em 2010; e chegou a 3,8 em 2021.

No início dos anos 90, quase 90% das vítimas eram pessoas com menos de 44 anos. Ao longo do tempo, com a novos tratamentos e melhoria da qualidade de vida, esse percentual foi se alterando. No ano passado, as pessoas com mais de 45 anos responderam por quase 60% das mortes. A idade média ao morrer ampliou-se gradativamente, em 2021, chegou a 49 anos para elas e 47 para eles.

A divulgação dos números marcam o  Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado amanhã, dia 1º de dezembro.

Dados municipais

O número de novos casos de HIV na cidade de São Paulo caiu pelo quinto ano consecutivo. A redução é de 37,5% em 2021 na comparação com 2016, segundo dados do Boletim Epidemiológico 2021, divulgado pela Coordenadoria de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Aids, da Secretaria Municipal da Saúde. No ano passado foram registrados 2.351 casos e em 2016 foram 3.761 registros.

Em 2020, foram registrados 2.518 novos casos de HIV. Em 2019, foram 2.972; em 2018, 3.285; em 2017, foram 3.713 novos casos. Segundo a prefeitura, desde o primeiro registro da doença, em 1981, não se observava uma queda nas notificações por mais de três anos seguidos. Os registros de Aids apresentam a mesma tendência, mas, nesse caso, já são seis anos em queda no município.

A taxa de mortalidade por 100 mil habitantes também se mantém em queda. No ano passado, o índice ficou em 4,3. Na comparação com 2016, quando a taxa era de 6,3, houve uma redução de 31,7% no período.

Centro de reabilitação

Marcando a data, foi lançado, no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, o marco zero das instalações do Centro de Reabilitação Sérgio Tardelli para pacientes com HIV. O projeto é uma parceria entre o hospital, o governo do estado e a Agência de Notícias da Aids, iniciativa criada por Roseli Tardelli, irmã do homenageado. A nova estrutura ficará em um prédio anexo ao ambulatório do hospital.

Sérgio Tardelli morreu em novembro de 1994. Como paciente de HIV, ele acionou a justiça para ter reconhecido o direito de ser atendido pelos planos de saúde. Inicialmente, o tratamento fora negado. Ao ganhar a ação, outros pacientes passaram a ser beneficiados. Roseli, jornalista, fundou a agência de notícias em 2003 com a ideia de dar visibilidade ao tema e contribuir com a disseminação de informações sobre o tema, além de combater o preconceito.

O centro de reabilitação será construído em uma área de mil metros quadrados cedida pelo hospital. A agência, por sua vez, de acordo com informações do site, buscará parceiros da iniciativa privada para compra de equipamentos de reabilitação, como esteiras, aparelhos de ultrassom, estação de musculação, pranchas e barras paralelas, entre outros.

O espaço passará por uma reforma, sob responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e que fará parte do pacote da terceira e última etapa da reforma do hospital. A previsão é que a unidade comece a funcionar em um ano.

Atendimento

O plano é que quem precisar receber atendimento no centro de reabilitação, será recebido por equipes multiprofissionais do Emílio Ribas. São profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, além do grupo de Neurociência; do grupo de Lipodistrofia, síndrome que atinge pacientes com HIV e que causa desequilíbrio na distribuição de gordura pelo corpo; do Setor de Medicina do Trabalho.

Pelo menos 70 atendimentos por dia poderão ser realizados. O Ambulatório do Emílio Ribas oferece acompanhamento a 8 mil pacientes, sendo que 75% deles são Pessoas Vivendo com HIV (PVHIV), uma parte deles convive com complicações neurológicas, motoras, cognitivas e respiratórias.

O centro também poderá receber pacientes de outras doenças atendidas no Emílio Ribas, como covid-19 e HTLV, um vírus considerado “primo” do HIV e que pode causar doença neurológica grave.

Programação

Para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, o Centro de Referência e Treinamento-DST/AIDS-SP, da secretaria de Saúde, vai realizar a ação Menos Discriminação e Mais Respeito com a participação de municípios e da sociedade civil. Um dos eventos ocorrerá no Anfiteatro João Yunes da Faculdade de Saúde Pública da USP, das 9h às 16h.

Outra ação é a Campanha Fique Sabendo, que distribuirá 200 mil testes para detecção de HIV e sífilis em 632 municípios. Serão cerca de 900 ações no estado com envolvimento de 4 mil unidades de saúde.

A prefeitura de São Paulo, por sua vez, promove a campanha Dezembro Vermelho com uma série de atividades na capital, como testagem rápida, seminário e premiações. A programação completa pode ser conferida no site da secretaria de Saúde.

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