Moro pediu a Lula que não chamasse procuradora de "querida"
Ao responder a uma pergunta da procuradora Isabel Groba durante o seu depoimento em Curitiba, o ex-presidente se referiu a ela como "querida"
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 19h52.
Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 19h53.
Curitiba - O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já passava de uma hora de duração na tarde desta quarta-feira, 13. Ao responder a uma pergunta da procuradora Isabel Groba, o petista se referiu a ela como "querida".
"Não sei, querida, não sei", disse.
A procuradora pediu que Lula não se dirigisse a ela nestes termos. "Pediria que o sr ex-presidente se referisse ao membro do Ministério Público pelo tratamento protocolar devido."
Lula perguntou. "Como seria, Dra?"
Moro, então, interrompeu. "Sr ex-presidente, peço escusas, não percebi isso de maneira tão clara. Sei que o sr ex-presidente não tem nenhuma intenção negativa em utilizar esse termo 'querida', mas peço que não utilize. Pode chamar de Dra, sra procuradora, perfeito?"
"Tá bem", disse Lula.
Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro sobre contratos entre a empreiteira e a Petrobras.
Segundo o Ministério Público Federal os repasses ilícitos da Odebrecht chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a estatal.
O montante, segundo a força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo do Campo de R$ 504 mil.