Cunha: na decisão, Moro disse que Cunha se recusou a realizar exames médicos, mas que a defesa dele "juntou razoável prova" sobre a doença (Foto/Reprodução)
Reuters
Publicado em 10 de fevereiro de 2017 às 18h32.
São Paulo - O juíz federal Sérgio Moro negou nesta sexta-feira pedido de liberdade feito pela defesa do deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu na Lava Jato sob acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
"Não há causa para a revogação da preventiva do acusado... pelo menos, até julgamento da ação penal, o que deve ocorrer em breve, já que caminha-se para alegações finais. No caso de eventual condenação, analisarei novamente", afirmou Moro em despacho.
Nesta semana, durante depoimento a Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, Cunha disse ter um aneurisma cerebral e estar sob risco em um presídio em que não há condições de atendimento médico e onde, segundo ele, presos condenados por crimes violentos estão detidos.
Na decisão, Moro disse que Cunha se recusou a realizar exames médicos, mas que a defesa dele "juntou razoável prova" sobre a doença.
"Pelo que se depreende dos exames juntados, o aneurisma foi
diagnosticado em junho de 2015 e, desde então, mantém-se sob controle e sem alterações", afirmou Moro. "O aneurisma, embora lamentável, não impede a continuidade da prisão", acrescentou.
Cunha foi preso em outubro do ano passado na Lava Jato. Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Cunha teve o mandato parlamentar cassado depois de renunciar à presidência da Casa.