Moro marca interrogatório de Eduardo Cunha para fevereiro
Sérgio Moro marcou o interrogatório do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para 7 de fevereiro de 2017, às 15h
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 14h54.
São Paulo - O juiz federal Sérgio Moro marcou o interrogatório do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para o dia 7 de fevereiro de 2017, às 15h. Esta será a primeira vez que o ex-deputado prestará esclarecimentos diretamente ao magistrado símbolo da Operação Lava Jato.
A última testemunha de defesa de Eduardo Cunha prestou depoimento na manhã desta quarta-feira, 14. O advogado José Tadeu de Chiara explicou à defesa de Eduardo Cunha como funcionam os "trusts". O ex-presidente da Câmara acompanhou a audiência.
Eduardo Cunha foi preso preventivamente por ordem do juiz federal Sérgio Moro em 19 de outubro, em Brasília.
O ex-presidente da Câmara é acusado, nesta ação, de ter solicitado e recebido, entre 2010 e 2011, no exercício de sua função como parlamentar e em razão dela, propina relacionada à aquisição, pela Petrobras de um campo de petróleo em Benin, na África.
O ex-presidente da Câmara é acusado de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão fraudulenta de divisas pela manutenção de contas secretas na Suíça que teriam recebido propina do esquema na Petrobras.
A ação já havia sido aberta pelo Supremo Tribunal Federal em junho. O processo foi remetido para a primeira instância em Curitiba, pois Cunha perdeu foro privilegiado desde que foi cassado pela Câmara, por 450 votos a 10, no dia 12 de setembro. Com isso, o Supremo remeteu esta ação contra o peemedebista para a Justiça Federal em Curitiba, sede da Lava Jato.
No rol de testemunhas de defesa estavam o presidente Michel Temer (PMDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Temer prestou depoimento por escrito.
O presidente da República disse a Moro que "não" sabe de negócios de Eduardo Cunha em Benin e nem na Petrobras.
O peemedebista admitiu ter sido procurado pelo pecuarista José Carlos Bumlai para manter Nestor Cerveró na diretoria Internacional da Petrobras.
Em depoimento por videoconferência, na Justiça Federal, de São Bernardo do Campo (SP), Lula declarou ao juiz da Lava Jato desconhecer participação de Cunha em nomeação na Petrobras.
O ex-presidente das República respondeu a perguntas da defesa de Eduardo Cunha e do Ministério Público Federal.
A mulher de Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, também é ré na Lava Jato acusada de lavagem e evasão de US$ 1 milhão na conta Köpek. Cunha nega recebimento de vantagem indevida.
Em seu interrogatório, Cláudia Cruz declarou que "desconhecia a existência de conta no exterior em seu nome" e que "nunca teve motivos" para desconfiar do marido.