Brasil

Moro abre novo processo contra Dirceu

Sérgio Moro recebeu denúncia contra José Dirceu e Renato Duque por corrupção e lavagem de dinheiro


	José Dirceu: Sérgio Moro aceitou novas denúncias contra ex-ministro e outros seis por corrupção e lavagem de dinheiro
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

José Dirceu: Sérgio Moro aceitou novas denúncias contra ex-ministro e outros seis por corrupção e lavagem de dinheiro (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 14h35.

O juiz federal Sérgio Moro recebeu nesta quarta-feira, 29, nova denúncia contra o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) e o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque por corrupção e lavagem de dinheiro. Também viraram réus outros cinco investigados.

Dirceu já foi condenado por Moro, em outra ação penal, a 20 anos de prisão. O ex-ministro está recolhido no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, desde 3 de agosto de 2015, quando foi capturado na Operação Pixuleco, desdobramento da Lava Jato.

Nesta nova acusação, a Procuradoria da República atribui a Dirceu o recebimento de R$ 2 milhões em propina do esquema Petrobras.

"Presente, portanto, justa causa para a imputação, a justificar o recebimento da denúncia. Presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, recebo a denúncia contra os acusados acima nominados", decidiu Moro.

Segundo a Procuradoria, durante as investigações no âmbito da operação Lava Jato, 'foi comprovado que os executivos da empresa Apolo Tubulars, Carlos Eduardo de Sá Baptista e Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, interessados em adentrar no mercado de tubos e celebrar grandes contratos com a Petrobras, solicitaram a intervenção de Júlio Gerin de Almeida Camargo junto a Renato Duque para que a empresa fosse beneficiada perante a estatal'.

Segundo os investigadores, mediante pagamento de propinas no valor de mais de R$ 7 milhões, Renato Duque, como responsável pela Diretoria de Serviços da Petrobras, à qual estava subordinada a Gerência de Materiais, encarregada pelo procedimento licitatório, 'possibilitou a contratação da Apolo Tubulars em contrato de fornecimento de tubos com valor inicial de R$ 255.798.376,40, que foi maximizado para o valor de R$ 450.460.940,84'.

A Procuradoria sustenta que as vantagens ilícitas foram transferidas pela Apolo Tubulars para a empresa Piemonte, do lobista Júlio Camargo. Os investigadores afirmam que, em seguida, Renato Duque solicitou a Júlio Camargo 'que a sua parcela na propina, cabível em decorrência de suas intervenções, fosse repassada ao núcleo político capitaneado por José Dirceu'.

"Assim, cerca de 30% dos valores recebidos por Júlio Camargo, o que equivale a R$ 2.144.227,73, foram transferidos ao ex-ministro da Casa Civil", aponta a força-tarefa.

Os procuradores destacam que 'para dissimular os repasses de vantagens indevidas', Júlio Camargo custeou despesas decorrentes da utilização de duas aeronaves por José Dirceu. O lobista também teria providenciado a transferência de valores para José Dirceu, 'mediante contrato falso celebrado entre as empresas Credencial - controlada por Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo - e Auguri'.

Os pagamentos decorrentes do referido contrato totalizaram R$ 688.633,07 e ocorreram entre 12 de março e 30 de julho de 2012. Conforme a denúncia, nesse período Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique de Oliveira Macedo realizaram diversos saques em espécie de alto valor e mantiveram cerca de 300 contatos telefônicos com José Dirceu e seu grupo.

A lista dos novos réus

1) Carlos Eduardo de Sá Baptista;

2) Eduardo Aparecido de Meira;

3) Flávio Henrique de Oliveira Macedo;

4) José Dirceu de Oliveira e Silva;

5) Luiz Eduardo de Oliveira e Silva;

6) Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares;

7) Renato de Souza Duque.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoJosé DirceuLavagem de dinheiroPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSergio Moro

Mais de Brasil

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ

Justiça suspende revisão que permitiria construção de condomínios nos Jardins

Dino convoca para fevereiro audiência com nova cúpula do Congresso para discutir emendas

Em decisão sobre emendas, Dino cita malas de dinheiro apreendidas em aviões e jogadas por janelas