Brasil

Moraes sobre inquérito de fake news: "Última palavra no STF é do plenário"

Em vez de decidir sozinho, Fachin decidiu levar ao plenário um pedido de medida liminar do partido Rede Sustentabilidade para suspender o inquérito

ALEXANDRE DE MORAES: Em sua primeira decisão, o ministro disse que pode ocorrer a intervenção do Poder Judiciário no exercício da liberdade de expressão para cessar ofensas e garantir direitos de resposta / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

ALEXANDRE DE MORAES: Em sua primeira decisão, o ministro disse que pode ocorrer a intervenção do Poder Judiciário no exercício da liberdade de expressão para cessar ofensas e garantir direitos de resposta / REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2019 às 16h28.

Brasília — O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que apura ameaças e ofensas a integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares, disse nesta quarta-feira, 15, que a última palavra na Corte é a do plenário.

Na última terça-feira, 14, o ministro Edson Fachin decidiu levar ao plenário um pedido de medida liminar do partido Rede Sustentabilidade para suspender o inquérito, conhecido como "inquérito das fake news". Dessa forma, em vez de tomar uma decisão sozinho (monocraticamente), Fachin optou por submeter o pedido da sigla para uma decisão colegiada dos 11 integrantes da Corte.

O inquérito foi aberto por iniciativa do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, a quem cabe definir o que será julgado nas sessões plenárias. Ainda não há previsão de quando o pedido da Rede será analisado pelos integrantes do Supremo.

"Quem sempre diz a última palavra no Supremo é o plenário", disse Moraes a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária desta tarde. Indagado sobre alguma perspectiva de o plenário do tribunal decidir sobre o pedido da Rede, Moraes respondeu: "Eu não sou o relator, não sou o presidente".

Censura

O inquérito das "fake news" já levou à censura da revista digital Crusoé e do site O Antagonista, além da realização de ações de busca e apreensão em endereços de pessoas que usaram as redes sociais para atacar as instituições. As investigações são contestadas não só pela Rede, mas também pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que já pediu o arquivamento da apuração e teme que procuradores entrem na mira do inquérito.

O tema divide integrantes do STF. No mês passado, o ministro Marco Aurélio Mello disse que "o ideal realmente seria o colegiado se pronunciar a respeito". Um outro ministro ouvido reservadamente pela reportagem acredita, no entanto, que seria melhor aguardar antes a conclusão das investigações, que foram prorrogadas por mais 90 dias.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesFake newsSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Mais de 600 mil imóveis estão sem luz em SP após chuva intensa

Ao lado de Galípolo, Lula diz que não haverá interferência do governo no Banco Central

Prefeito de BH, Fuad Noman vai para a UTI após apresentar sangramento intestinal secundário

Veja os melhores horários para viajar no Natal em SP, segundo estimativas da Artesp