Moraes proíbe Cremesp de pedir prontuários de pacientes que fizeram aborto legal
Ministro afirmou que presidente do órgão pode ser responsabilizado caso requisições sejam confirmadas
Agência de notícias
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 10h09.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de pedir prontuários médicos de pacientes que realizaram aborto legal em qualquer estabelecimento hospitalar paulista.
Na decisão, de terça-feira, Moraes afirma que a medida é necessária "diante de notícias reportando novas solicitações do Cremesp por prontuários médicos de pacientes que realizaram aborto legal no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), vinculado à Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (UNESP)".
No início do mês, o ministro já havia solicitado informações ao presidente do Cremesp e proibido o estado e o município de São Paulo de fornecerem dados pessoais de prontuários de pacientes que realizaram aborto legal. O Cremesp foi intimado a informar se as requisições foram mesmo feitas. Moraes ressaltou que, caso haja confirmação, o presidente do órgão poderá ser responsabilizado.
A decisão foi tomada em uma ação apresentada pelo PSOL contra uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que proibia a utilização de uma técnica clínica (assistolia fetal) para a interrupção de gestações acima de 22 semanas decorrentes de estupro. Em maio, Moraes suspendeu a resolução e proibiu a abertura de procedimentos disciplinares baseados nela.