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Moraes rejeita recurso e determina prisão do ex-presidente Fernando Collor

Político foi condenado por participação em esquema de corrupção na BR Distribuidora

O ex-presidente Fernando Collor, no STF  (Jefferson Rudy/Agência Senado)

O ex-presidente Fernando Collor, no STF (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Agência o Globo
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Publicado em 24 de abril de 2025 às 21h20.

Última atualização em 24 de abril de 2025 às 22h23.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira a prisão do ex-presidente Fernando Collor. O magistrado rejeitou segundo recurso da defesa e determinou o cumprimento imediato da pena imposta a Color. Ele foi condenado a oito anos e dez meses, em regime inicial fechado, por participação em esquema de corrupção na BR Distribuidora.

A Polícia Federal deve cumprir o mandado na manhã desta sexta-feira. Em nota, porém, a defesa do ex-presidente diz que Collor "irá se apresentar para cumprimento da decisão" determinada por Moraes, "sem prejuízo das medidas judiciais previstas".

Os advogados ressaltam ter recebido com "surpresa e preocupação" a determinação do ministro do STF. Alegam ainda que não houve "qualquer decisão sobre a demonstrada prescrição" do caso.

Após a decisão a decisão de Moraes, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, determinou a inclusão do processo em sessão virtual do plenário desta sexta-feira, com início para 11h e término às 23h59. Ou seja, os demais ministros vão decidir se dão aval ou não à determinação do magistrado.

Na decisão, Moraes diz que Collor, com a ajuda dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, recebeu R$ 20 milhões para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.

A vantagem foi dada em troca de apoio político para indicação e manutenção de diretores da estatal.

O STF já havia rejeitado recursos do ex-presidente (embargos de declaração) em que ele afirmava que a pena não seria correspondente ao voto médio apurado no Plenário. No novo recurso (embargos infringentes), a alegação é de que deveria prevalecer, em relação ao tamanho da pena (dosimetria), os votos vencidos dos ministros André Mendonça, Nunes Marques, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

Na decisão, Moraes observou que este tipo de recurso só é cabível quando há, pelo menos, quatro votos absolutórios próprios, o que não ocorreu no caso, mesmo se forem considerados os delitos de maneira isolada. O ministro explicou que, em relação à dosimetria, o STF tem entendimento consolidado de que esse tipo de divergência não viabiliza a apresentação de embargos infringentes.

Moraes destacou que o STF tem autorizado o início imediato da execução da pena, independentemente de publicação da decisão, quando fica claro o caráter protelatório de recursos que visem apenas impedir o trânsito em julgado da condenação.

“A manifesta inadmissibilidade dos embargos, conforme a jurisprudência da Corte, revela o caráter meramente protelatório dos infringentes, autorizando a certificação do trânsito em julgado e o imediato cumprimento da decisão condenatória”, afirmou.

Na mesma decisão, o ministro rejeitou recursos dos demais condenados e determinou o início do cumprimento das da pena de Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, sentenciado a quatro anos e um mês de reclusão, em regime inicial semiaberto, e das penas restritivas de direitos impostas a Luís Pereira Duarte Amorim.

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