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Moraes diz que Braga Netto atuou para obter delação de Cid

Ex-ministro foi preso na manhã deste sábado (14) no Rio de Janeiro; O ministro do STF também disse que ele também teria entregue dinheiro em sacola para assassinar autoridades

Em sua decisão, Moraes afirma que novos depoimentos de Cid à Polícia Federal evidenciam a tentativa de Braga Netto de "embaraçar as investigações em curso" (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Em sua decisão, Moraes afirma que novos depoimentos de Cid à Polícia Federal evidenciam a tentativa de Braga Netto de "embaraçar as investigações em curso" (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de dezembro de 2024 às 11h33.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou em decisão em que determinou a prisão do ex-ministro Walter Braga Netto que o militar tentou obter informações sigilosas ligadas ao acordo de delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens.

Em sua decisão, Moraes afirma que novos depoimentos de Cid à Polícia Federal evidenciam a tentativa de Braga Netto de "embaraçar as investigações em curso". O ministro diz ainda que a PF apresentou provas de que Braga Netto tentou controlar as informações fornecidas por Cid para "alterar a realidade dos fatos apurados, além de consolidar o alinhamento de versões entre os investigados”

Moraes afirma que o pai de Cid ligou para Braga Netto três dias após a decisão de homologação do acordo de colaboração premiada firmado com a PF. Na ocasião, o pai de Cid afirmou que "é tudo mentira" o que se falaram sobre o acordo.

A PF apontou ainda que as informações obtidas com familiares de Cid foram enviadas a outros investigados para "tranquilizar os demais integrantes da organização criminosa de que os fatos relativos aos mesmos não estariam sendo repassados à investigação".

De acordo com Moraes, as investigações "revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto os fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que orepresentado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações".

Braga Netto foi preso na manhã deste sábado acusado de ter participado da organização de uma tentativa de golpe de Estado que impediria a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa derrotada nas eleições presidenciais de 2022, o general do Exército Walter Braga Netto foi detido em Copacabana, onde vive, e levado ao Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. Segundo o colunista do GLOBO, Lauro Jardim, o militar é o primeiro general de quatro estrelas a ser preso na história do Brasil.

Braga Netto se viu envolvido ainda mais nas acusações após a revelação da participação de integrantes das forças de operações especiais do Exército num plano de golpe de Estado. Esse grupo é chamado também de "kids pretos" dentro das Forças Armadas.

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimentos ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à Polícia Federal, que o ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, Walter Braga Netto, entregou dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, os chamados "kids pretos", em embalagens de vinho.

Em nota após o depoimento de Cid, a defesa de Braga Netto disse que "reitera que o cliente não tomou conhecimento de documento que tratou de suposto golpe e muito menos do planejamento para assassinar alguém. Dessa forma, o General não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos para tal".

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