Brasil

Moraes autoriza abertura de novo inquérito contra Kassab

No pedido, a PGR cita que Wesley Batista delatou supostos pagamentos mensais de propina, em torno de R$ 350 mil em favor de Kassab

Kassab: a PGR ainda pediu para que Wesley e Saud prestem esclarecimentos, para o detalhamento dos fatos narrados (José Cruz/Agência Brasil)

Kassab: a PGR ainda pediu para que Wesley e Saud prestem esclarecimentos, para o detalhamento dos fatos narrados (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 20h22.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2018 às 20h29.

Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e instaurou, nesta sexta-feira, 2, novo inquérito contra o ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicação, Gilberto Kassab (PSD). O pedido é feito com base nas delações de executivos da J&F, controladora da JBS.

No pedido, a PGR cita que Wesley Batista delatou supostos pagamentos mensais de propina, em torno de R$ 350 mil em favor de Kassab, através da empresa Yape Consultoria e Debates, supostamente sem nenhuma contrapartida, desde o ano de 2009.

Já Ricardo Saud elucidou que, nas eleições de 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) comprou o apoio político de Kassab e do PSD, indicando o Grupo J&F para fazer os pagamentos, que teriam ocorrido por meio de doações oficiais, através de notas fiscais avulsas, além do pagamento de R$ 5,5 milhões em 22 parcelas de R$ 250 mil, mediante pagamento de notas fiscais frias à Yape, diz a PGR.

"Vale observar que Wesley Batista menciona possuir os documentos referentes à contratação da empresa Yape Consultoria e Debates Ltda. e respectivos pagamentos", destaca a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

A PGR ainda pediu para que Wesley e Saud prestem esclarecimentos, para o detalhamento dos fatos narrados "e para que sejam instados a apresentar toda a documentação comprobatória de suas alegações ou indicar os meios de corroboração de suas assertivas".

Procurada pela reportagem, a assessoria do ministro não respondeu até o fechamento deste texto. Mais cedo, quando questionado sobre o pedido da PGR pela abertura de inquérito, Kassab afirmou por meio de nota que reafirma a "lisura de seus atos, pautados no cumprimento da legislação", e ressalta "sua confiança na Justiça".

Acompanhe tudo sobre:JBSGilberto Kassab

Mais de Brasil

Para Lula, Brasil saiu vencedor do tarifaço de Trump

Lula estabelece cota para exibição de filmes nacionais nos cinemas em 2026

Governo estuda tarifa zero no transporte público, diz ministro das Cidades

Bolsonaro é considerado apto e fará cirurgia de hérnia 9h na quinta