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Moradores de Varginha reclamam de obras de "maquiagem"

Francisco disse a fiéis que participaram do encontro que eles não estão sós, porque Igreja Católica está a seu lado, e pediu que não deixem "apagar a esperança"

Muitos moradores da comunidade da Varginha se queixaram que as autoridades não aproveitaram a visita do papa para melhorar a precária estrutura do bairro (Yasuyoshi Chiba/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2013 às 18h05.

Rio de Janeiro - O papa Francisco fez nesta quinta-feira um apelo às autoridades para que impulsionem a justiça social, em discurso na favela da Varginha, na zona norte do Rio de Janeiro, onde os moradores se queixaram que a visita papal trouxe poucos benefícios ao local.

"Quero pedir a todos os que possuem mais recursos, as autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: não se cansem de trabalhar para um mundo mais justo e solidário. Ninguém pode permanecer insensível as desigualdades que ainda existem no mundo", afirmou o papa.

Francisco disse aos fiéis que participaram do encontro que eles não estão sós, porque a Igreja Católica está a seu lado, e pediu que não deixem "apagar a esperança".

Muitos moradores da comunidade da Varginha se queixaram que as autoridades não aproveitaram a visita do papa para melhorar a precária estrutura do bairro.

A aposentada Salete Felix da Silva, que vive há 56 anos no local, disse que a prefeitura se limitou a "maquiar" a rua por onde caminhou o papa, que foi asfaltada e limpa para a ocasião. "Quando o papa for embora, como vamos ficar? Estamos esquecidos", lamentou Salete.

"Os governos não vêm aqui para fazer as coisas como devem ser feitas, é só por causa do papa. Mas é uma honra e um privilégio ter Francisco aqui conosco", acrescentou.

O eletricista Leandro de Souza bateu na mesma tecla e disse que "quando começa a chover, inunda tudo", se referindo a maioria das ruas de Varginha.


Francisco percorreu a pé a principal rua do bairro, entre as casas simples dos moradores, rezou brevemente na pequena e humilde Igreja de São Jerônimo Emiliani e cumprimentou calorosamente os devotos que se amontoavam fora do cordão de segurança.

Na metade do percurso, Francisco entrou em uma casa amarela, decorada com balões amarelos e brancos, as cores da bandeira do Vaticano.

A casa visitada foi escolhida por ele hoje ao acaso entre as várias opções preparadas pela Arquidiocese do Rio, já que ele queria conhecer uma família do bairro.

No final do passeio, o papa discursou em um púlpito instalado em um campo de futebol, que não chegou a ficar lotado, em parte devido à chuva que caiu insistentemente durante toda a manhã.

Demonstrando senso de humor, Francisco disse que gostaria de entrar em cada casa "para tomar um café, mas não uma cachaça", arrancando risadas do público.

No local, havia um grupo de argentinos com um cartaz nas cores da bandeira nacional, que dizia "o papa é dos "villeros"", como são conhecidos os moradores dos bairros mais pobres do país de Jorge Mario Bergoglio.

O argentino Hernán Pelayo disse à Agência Efe que o papa, quando era sacerdote e bispo em Buenos Aires, era "amigo" dos que viviam nas vilas e frequentava estes bairros pobres.

"Não é fingimento. Ele é assim, humilde, amigo dos pobres. Gostava de tomar um café com os "villeros", como ele disse", garantiu Pelayo.

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Rio de Janeiro - O papa Francisco fez nesta quinta-feira um apelo às autoridades para que impulsionem a justiça social, em discurso na favela da Varginha, na zona norte do Rio de Janeiro, onde os moradores se queixaram que a visita papal trouxe poucos benefícios ao local.

"Quero pedir a todos os que possuem mais recursos, as autoridades públicas e a todas as pessoas de boa vontade comprometidas com a justiça social: não se cansem de trabalhar para um mundo mais justo e solidário. Ninguém pode permanecer insensível as desigualdades que ainda existem no mundo", afirmou o papa.

Francisco disse aos fiéis que participaram do encontro que eles não estão sós, porque a Igreja Católica está a seu lado, e pediu que não deixem "apagar a esperança".

Muitos moradores da comunidade da Varginha se queixaram que as autoridades não aproveitaram a visita do papa para melhorar a precária estrutura do bairro.

A aposentada Salete Felix da Silva, que vive há 56 anos no local, disse que a prefeitura se limitou a "maquiar" a rua por onde caminhou o papa, que foi asfaltada e limpa para a ocasião. "Quando o papa for embora, como vamos ficar? Estamos esquecidos", lamentou Salete.

"Os governos não vêm aqui para fazer as coisas como devem ser feitas, é só por causa do papa. Mas é uma honra e um privilégio ter Francisco aqui conosco", acrescentou.

O eletricista Leandro de Souza bateu na mesma tecla e disse que "quando começa a chover, inunda tudo", se referindo a maioria das ruas de Varginha.


Francisco percorreu a pé a principal rua do bairro, entre as casas simples dos moradores, rezou brevemente na pequena e humilde Igreja de São Jerônimo Emiliani e cumprimentou calorosamente os devotos que se amontoavam fora do cordão de segurança.

Na metade do percurso, Francisco entrou em uma casa amarela, decorada com balões amarelos e brancos, as cores da bandeira do Vaticano.

A casa visitada foi escolhida por ele hoje ao acaso entre as várias opções preparadas pela Arquidiocese do Rio, já que ele queria conhecer uma família do bairro.

No final do passeio, o papa discursou em um púlpito instalado em um campo de futebol, que não chegou a ficar lotado, em parte devido à chuva que caiu insistentemente durante toda a manhã.

Demonstrando senso de humor, Francisco disse que gostaria de entrar em cada casa "para tomar um café, mas não uma cachaça", arrancando risadas do público.

No local, havia um grupo de argentinos com um cartaz nas cores da bandeira nacional, que dizia "o papa é dos "villeros"", como são conhecidos os moradores dos bairros mais pobres do país de Jorge Mario Bergoglio.

O argentino Hernán Pelayo disse à Agência Efe que o papa, quando era sacerdote e bispo em Buenos Aires, era "amigo" dos que viviam nas vilas e frequentava estes bairros pobres.

"Não é fingimento. Ele é assim, humilde, amigo dos pobres. Gostava de tomar um café com os "villeros", como ele disse", garantiu Pelayo.

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