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Moradores buscam água em canal com jacarés no Rio

Dezenas de jacarés acompanham a situação - a comunidade é bem próxima do Parque Natural Municipal Chico Mendes, que abriga várias espécies

Jacarés: "O medo é constante, porque os jacarés pulam em cima dos canos", disse moradora (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 10h38.

Rio - Além da sensação térmica que ultrapassou nesta quinta-feira, 15, os 40 graus, moradores da comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, sofrem com a falta d' água e precisam recorrer a uma bica em canal cheio de jacarés.

A cena é dramática: canos emaranhados nas margens do Canal das Tachas levam água em determinados horários, geralmente na madrugada, e moradores formam uma enorme fila para encher baldes e garrafas PET.

Enquanto isso, dezenas de jacarés acompanham a situação - a comunidade é bem próxima do Parque Natural Municipal Chico Mendes, que abriga várias espécies .

"Quando chega água, é uma guerra. O medo é constante, porque os jacarés pulam em cima dos canos", diz a fisioterapeuta Valéria de Mattos, de 39 anos, que mora em frente ao canal.

Ela conta que está sem água no apartamento há mais de um mês.

"Tem gente abrindo poço e vendendo, mas a água é cara e vem com cheiro ruim, só dá para usar no banheiro mesmo. A água da bica é limpa e de graça."

Valéria conseguiu encher na madrugada de ontem 16 garrafas PET e 3 baldes que guardava na cozinha.

"Aqui, isso é ouro. É uma luta por causa de um balde."

Pela manhã, os canos já estavam secos.

Coordenadora da ala da comunidade da escola da samba Mangueira, a fisioterapeuta pensa em alugar uma casa no morro da zona norte, até que a situação melhore na zona oeste.

"Lá pelo menos tem água."

Dono de uma serralheria na rua do canal, Gilson de Jesus Machado, de 47 anos, diz que mora há nove anos no local e nunca viu uma situação de falta d'água tão forte como a atual.

Em nota, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) afirma que houve um problema na Adutora Urucuia-Barra, uma das tubulações responsáveis pelo abastecimento dos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes.

A empresa se comprometeu a realizar o reparo e retomar o abastecimento "de forma gradativa em até 72 horas".

Com vazão de 4 mil litros por segundo, a adutora Urucuia-Barra tem cerca de 15 quilômetros de extensão e diâmetro de até um metro e meio.

"Para realizar o serviço, o sistema será temporariamente interrompido, o que reduzirá as pressões na rede, podendo gerar flutuação no abastecimento da região", informou a Cedae.

Calor

O Rio é a capital mais quente do país no verão deste ano.

A temperatura média em janeiro chegou a 36,8 graus, sete a mais do que a média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

De acordo com especialistas, uma espécie de barreira atmosférica está impedindo a chegada de frentes frias do sul, que ficam concentradas em São Paulo.

A previsão para o fim de semana é de mais calor. As temperaturas devem variar de 35 a 40 graus, com sensação térmica ainda maior.

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Rio - Além da sensação térmica que ultrapassou nesta quinta-feira, 15, os 40 graus, moradores da comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, sofrem com a falta d' água e precisam recorrer a uma bica em canal cheio de jacarés.

A cena é dramática: canos emaranhados nas margens do Canal das Tachas levam água em determinados horários, geralmente na madrugada, e moradores formam uma enorme fila para encher baldes e garrafas PET.

Enquanto isso, dezenas de jacarés acompanham a situação - a comunidade é bem próxima do Parque Natural Municipal Chico Mendes, que abriga várias espécies .

"Quando chega água, é uma guerra. O medo é constante, porque os jacarés pulam em cima dos canos", diz a fisioterapeuta Valéria de Mattos, de 39 anos, que mora em frente ao canal.

Ela conta que está sem água no apartamento há mais de um mês.

"Tem gente abrindo poço e vendendo, mas a água é cara e vem com cheiro ruim, só dá para usar no banheiro mesmo. A água da bica é limpa e de graça."

Valéria conseguiu encher na madrugada de ontem 16 garrafas PET e 3 baldes que guardava na cozinha.

"Aqui, isso é ouro. É uma luta por causa de um balde."

Pela manhã, os canos já estavam secos.

Coordenadora da ala da comunidade da escola da samba Mangueira, a fisioterapeuta pensa em alugar uma casa no morro da zona norte, até que a situação melhore na zona oeste.

"Lá pelo menos tem água."

Dono de uma serralheria na rua do canal, Gilson de Jesus Machado, de 47 anos, diz que mora há nove anos no local e nunca viu uma situação de falta d'água tão forte como a atual.

Em nota, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) afirma que houve um problema na Adutora Urucuia-Barra, uma das tubulações responsáveis pelo abastecimento dos bairros de Jacarepaguá, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes.

A empresa se comprometeu a realizar o reparo e retomar o abastecimento "de forma gradativa em até 72 horas".

Com vazão de 4 mil litros por segundo, a adutora Urucuia-Barra tem cerca de 15 quilômetros de extensão e diâmetro de até um metro e meio.

"Para realizar o serviço, o sistema será temporariamente interrompido, o que reduzirá as pressões na rede, podendo gerar flutuação no abastecimento da região", informou a Cedae.

Calor

O Rio é a capital mais quente do país no verão deste ano.

A temperatura média em janeiro chegou a 36,8 graus, sete a mais do que a média histórica, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

De acordo com especialistas, uma espécie de barreira atmosférica está impedindo a chegada de frentes frias do sul, que ficam concentradas em São Paulo.

A previsão para o fim de semana é de mais calor. As temperaturas devem variar de 35 a 40 graus, com sensação térmica ainda maior.

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