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Morador de rua é morto a tiros em São Paulo

Na Vila Mariana, um segurança que fazia vigilância do local contou que ouviu disparos e encontrou a vítima

São Paulo: outras duas pessoas foram assassinadas a tiros na madrugada do feriado de 7 de setembro na cidade (Thinckstock/Thinkstock)

São Paulo: outras duas pessoas foram assassinadas a tiros na madrugada do feriado de 7 de setembro na cidade (Thinckstock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de setembro de 2017 às 10h39.

São Paulo - Um morador de rua foi morto a tiros na madrugada de quinta-feira (7) nas imediações da Praça Doutor Carvalho Franco, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Com isso, já são pelo menos quatro moradores de rua que morreram baleados na capital em um mês. Em 12 de agosto, outros três foram atacados em um posto de gasolina desativado em Cidade Dutra, na zona sul da cidade.

Na Vila Mariana, um segurança que fazia vigilância do local contou que ouviu disparos e encontrou a vítima, Melchior Cristiano Brandão Dias, de 32 anos. Ele também contou a policiais militares que os disparos foram efetuados por um desconhecido que passou de moto.

Dias foi levado para o Hospital São Paulo, onde ficou internado em estado grave, mas, segundo a Polícia Militar, não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso será investigado no 27.º Distrito Policial (Ibirapuera).

"Falta uma investigação mais especializada. Muitas vezes a polícia justifica que seriam mortes decorrentes de conflitos ou dívida de droga, mas é possível que algumas sejam decorrentes de intolerância, ódio e discriminação", disse o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe). Já o padre Julio Lancelotti, da Pastoral do Povo de Rua, destacou que "é espantosa" a quantidade de mortes violentas de moradores de rua nos últimos dias. "Está se tornando uma coisa muito comum e explícita. Não sabemos se há uma ligação entre os crimes, mas existe uma banalização deste tipo de violência." A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que investiga todos os casos de homicídio no Estado.

Outros casos

Outras duas pessoas foram assassinadas a tiros na madrugada do feriado de 7 de setembro na cidade.

Por volta das 4h35, um homem de 26 anos foi baleado e morreu após tentar escapar de uma tentativa de roubo. O estudante Taleson Henrique de Souza Santos estava com a namorada na Rua Luiz Seraphico Júnior, em Santo Amaro, na zona sul da capital, depois de sair de uma balada, quando foi abordado por um homem armado. O casal estava em um Honda City e o suspeito saiu de um Gol que estava com outros ocupantes.

De acordo com a Polícia Civil, Santos tentou fugir, mas acabou baleado. O autor dos disparos fugiu a pé e as pessoas que estavam no Gol também escaparam. A vítima morreu no local.

Imagens das câmeras de segurança obtidas pela polícia mostram que a dupla de assaltantes conversa, por volta de 4h30, na esquina de onde o assalto aconteceu. Um deles entra em um veículo preto e o outro segue na direção de onde estava o carro da vítima. O veículo para na esquina, para bloquear o outro carro. Depois do disparo, a vítima tenta sair, mas o veículo bate em um portão. As imagens foram divulgadas pelo Portal G1, da Rede Globo, e estão sendo analisadas pela Polícia Civil para identificar os criminosos. O caso foi registrado no 11.º DP (Santo Amaro) como latrocínio.

Uma terceira vítima, uma travesti conhecida entre colegas como Alecsandra, de idade não revelada, morreu depois de ser baleada por volta das 5h45, na Rua Doutor Edgar Teotônio Santana, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. PMs foram acionados por telefone para atender a ocorrência, mas, quando chegaram ao local, a vítima já estava morta. Segundo relato de uma testemunha à polícia, um veículo escuro passou e um homem sacou uma arma de fogo. As testemunhas correram e só ouviram os disparos. Quando retornaram ao local, encontraram a Alecsandra baleada.

Foram localizadas câmeras de segurança na região, que devem ser analisadas. O caso foi registrado no 91.º DP (Ceasa) e será investigado no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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