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Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 19h26.
Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse estar “convencido” de que houve também recolhimento de conteúdo por agências ligadas ao governo dos Estados Unidos, caso se confirmem as suspeitas de coleta e monitoramento de metadados de cidadãos brasileiros pelo governo norte-americano.
Metadados (dados que descrevem dados) são informações úteis para identificar, localizar, compreender e gerenciar os dados.
“É quase certeza [de que o conteúdo das conversas podem ter sido rastreados]. Se você tem os dados resumidos e, conforme os critérios selecionados, você pode atingir o nível de escuta de uma gravação ou de leitura de um e-mail, é evidente que dentro de um universo todo, você tem que ter os dados. A evidência toda é que os dados são todos coletados, embora a análise seja apenas desses chamados metadados. Ou seja, número de telefone, duração de chamada, destinatário, e-mail. Tudo indica que os dados são todos eles coletados”, disse o ministro após participar de audiência pública no Senado.
“Fiquei convencido de que o conteúdo é recolhido junto com todas as informações”.
“A minha convicção é que de fato há uma coleção e uma coletânea com todos os dados, e a análise é feita de forma simplificada, para facilitar”, disse o ministro pouco antes de minimizar a possibilidade de a espionagem ter obtido sucesso na obtenção de informações sigilosas a respeito do leilão do pré-sal.
“O leilão será feito com regras públicas, o edital tem de ser público e passado por consulta pública. As únicas informações que ficam reservadas são as estratégicas, como potencial de produção, tamanho da jazida”, disse.
Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, negou que agências norte-americanas monitorem metadados de cidadãos brasileiros e que as informações de que agências norte-americanas mantenham convênios com empresas brasileiras para ter acesso aos dados dos usuários de internet e telecomunicações em geral.
Paulo Bernardo também considerou “difícil” que haja participação direta de empresas brasileiras na suposta “xeretagem internacional” promovida pelos EUA.