Brasil

Ministro defende calça comprida para mulheres evitarem zika

Ministro da Saúde, Marcelo Castro: "sexo é para amadores e gravidez é para profissionais"


	O ministro da Saúde, Marcelo Castro: "sexo é para amadores e gravidez é para profissionais"
 (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Saúde, Marcelo Castro: "sexo é para amadores e gravidez é para profissionais" (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 11h07.

Brasília - Depois de dizer que "sexo é para amadores e gravidez é para profissionais", o ministro da Saúde, Marcelo Castro, deu mais uma declaração polêmica em relação às formas que devem ser utilizadas para evitar uma epidemia ainda maior do zika vírus e orientou que as mulheres vistam calças compridas. 

"Eu percebo que os homens se protegem. As mulheres normalmente ficam de perna de fora e quando usam calça, usam sandália. E o mosquito é um tanto tímido, não é tão agressivo quanto pernilongo. Ele chega devagar e encosta nas extremidades", disse.

Segundo o ministro, a preocupação central do governo é com mulheres no período fértil e nos três primeiros meses de gravidez, já que o zika vírus já foi apontado como responsável pelo aumento de casos de microcefalia no País.

"Nossa recomendação essencial, sobretudo mulheres nos três primeiros meses de gestação, é evitar de todas as maneiras o contato com mosquito, de calça comprida, roupa, sapatos", completou.

Entre as ações que serão adotadas pelo governo está a orientação de colocar larvicidas na água transportada pelos caminhões-pipa no Nordeste.

"Por causa da seca, as pessoas acumulam água em vasilhames para utilizar e esses vasilhames estão sendo hoje o principal criadouro dos mosquitos", disse.

Castro participou ao lado da presidente da presidente Dilma Rousseff de reunião com governadores, no Palácio no Planalto, para tratar do Plano Nacional de Enfrentamento à microcefalia, lançado no sábado, 5, no Recife. A epidemia, segundo o governo, já atinge 16 estados e pode se alastrar pelo país.

Na reunião, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que pediu para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizasse a liberação da fase 3 da vacina contra dengue, produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo.

Tanto a dengue quanto a zika são transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti.

"O processo encontra-se parado na agência e o cenário traçado pelo ministério é que mesmo com a liberação essa vacina estaria disponível somente em 2018", disse.

Castro reconheceu que a vacina da dengue que o instituto Butantã está desenvolvendo ainda não chegou na fase que pode ser utilizada e disse que "as novas tecnologias não estão à nossa mão".

"E vacina pra zika não tem ainda nenhum estudo que temos conhecimento no mundo inteiro. Isso levaria muitos anos."

Acompanhe tudo sobre:DoençasMinistério da SaúdeMulheresSaúde no BrasilZika

Mais de Brasil

Escala 6x1: ministro de Lula vai receber Erika Hilton, que propôs PEC para reduzir jornada

Senado aprova autonomia na gestão financeira da PPSA, a estatal do pré-sal

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP