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Ministro do TCU admite que usou jato da J&F

Bruno Dantas, que admite que utilizou o jato no ano passado, participa de julgamentos de casos de interesse da holding J&F e dos irmãos Batista no TCU

Bruno Dantas: o ministro não esclareceu como se deu o empréstimo da aeronave (Pedro França/Agência Senado)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de julho de 2017 às 09h49.

Última atualização em 5 de julho de 2017 às 09h49.

Brasília - O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União ( TCU ), usou o jatinho do Grupo J&F em uma viagem entre o Recife e Brasília em setembro do ano passado, quando o empresário Joesley Batista já era investigado pela Operação Lava Jato.

Quando Dantas se valeu do empréstimo da aeronave da J&F, a Eldorado Celulose, empresa do grupo, havia sido alvo da Operação Sépsis, e Joesley estava na mira dos investigadores por causa da delação do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias Fabio Cleto sobre propina para liberação de valores do FI-FGTS.

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A aeronave usada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista apareceu em investigações quando os delatores entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) o plano de um voo que incluiu um trecho usado pelo presidente Michel Temer com a mulher Marcela, em 2011, quando ele era vice-presidente da República.

No caso de Dantas, a viagem e o passageiro estão registrados no plano de voo da aeronave do grupo. O Estado questionou o ministro Dantas, mas ele não respondeu sobre como se deu o empréstimo da aeronave e quem arcou com os custos decorrentes do voo. Em nota, Dantas afirmou que o "superficial e esporádico convívio social" que teve com o Joesley não "infringiu normas legais".

No TCU, corte para a qual Dantas foi indicado pelo Senado Federal em 2014, o ministro participa de julgamentos de casos de interesse da holding J&F e dos irmãos Batista.

As auditorias em curso avaliam irregularidades em repasses de R$ 10 bilhões feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao grupo que controla a JBS, empresa de proteína animal dos irmãos. São cerca de R$ 8 bilhões em aportes do BNDESPar e outros R$ 2 bilhões em financiamentos.

A J&F informou que não vai comentar o tema específico. "Os colaboradores já apresentaram informações e documentos referentes aos atos praticados por eles e continuam à disposição para cooperar com a Justiça."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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