Carne: o secretário-executivo disse que é necessário mostrar ao mundo que o país produz carne com responsabilidade social e com sustentabilidade (Sean Gallup/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 9 de maio de 2017 às 17h18.
Após 50 dias da deflagração da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades na produção e fiscalização de frigoríficos, o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, disse que representantes da pasta farão missões ao exterior para retomada do mercado internacional.
"Com a Operação Carne Fraca, tivemos que gerenciar essa crise e agora estamos pisando no acelerador, vencemos a primeira onda, mas ainda há muito o que ser feito. Estamos trabalhando para a retomada dos mercados".
Ele participou hoje (9) da abertura da Expomeat, feira internacional de proteína animal que acontece até quinta-feira (11) em São Paulo.
O secretário-executivo disse que a contenção da crise foi possível graças ao sistema de inspeção federal.
"No primeiro momento nós conseguirmos conter a debandada geral que houve e agora queremos consolidar [os mercados]. E isso só é possível porque o nosso sistema de inspeção federal é robusto e funciona, estamos presentes em mais de 150 países e estes mercados, antes de comprar os produtos brasileiros, fazem uma auditoria independente do sistema, por conta disso nós conseguimos conter e agora precisamos consolidar", disse.
O trabalho agora segue com missões internacionais feitas pelo Mapa.
Na próxima sexta-feira (12) o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, viaja para Arábia Saudita e Kuwait.
Novacki informou que também participará das missões na Comunidade Europeia e Coreia do Sul. Há ainda visitas programadas para Egito, Irã e Argélia.
Segundo o secretário-executivo, poucos países ainda resistem em voltar a comprar a carne brasileira.
"Com os grandes compradores não tivemos problemas, mas existem alguns mercados que compravam produtos brasileiros e que seguraram [as importações] e agora discutem questões bilaterais porque também têm interesse em colocar produtos aqui", ponderou.
Novacki acredita que o maior prejuízo foi da imagem da carne brasileira.
"Precisamos desmistificar e mostrar não só internamente, mas para o mundo, que além de produzir em grande quantidade e produtos de qualidade, nós produzimos também com responsabilidade social e com sustentabilidade. Estes são os pilares que vamos nos apoiar nessas missões internacionais".
Para o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a retomada total do mercado externo será rápida.
"Alguns poucos mercados continuam fora, mas acho que dentro de 30 dias a gente deve ter 100% dos países de volta". Turra acredita que as vendas internas já voltaram ao normal.
"Pela transparência das informações do Mapa e da ABPA, a população brasileira foi entendendo que havia um grupo pequeno de empresas envolvidas, de equívocos e de irregularidades, o mercado absorveu rápido e até houve uma reação positiva da confiança do brasileiro na nossa carne", ressaltou.