Varíola dos macacos: rio de janeiro tem 6 casos confirmados. (Smith Collection/Gado/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 29 de julho de 2022 às 11h16.
Última atualização em 29 de julho de 2022 às 12h58.
O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira, 29, que o Brasil registrou a primeira morte por varíola dos macacos.
Essa é a primeira morte do surto mundial fora do continente africano, onde a doença é endêmica. O óbito foi registrado em Minas Gerais na última quinta-feira, 28.
Segundo a pasta, o paciente era um homem de 41 anos e já tratava outras doenças, incluindo um câncer, o que ocasionou o agravamento do seu quadro de saúde.
Ele estava hospitalizado em um hospital público de Belo Horizonte, onde sofreu um choque séptico, agravado pela varíola dos macacos.
Há seis dias, a doença foi declarada como emergência de saúde pública de interesse internacional. Conhecida internacionalmente como monkeypox, a doença já atingiu neste ano 20.637 pessoas em 77 países.
Em uma semana, o Brasil registrou um crescimento de 65% nas notificações de varíola dos macacos. São 1.066 casos, sendo 823 apenas em São Paulo. Três casos de varíola em crianças foram confirmados na cidade São Paulo nesta sexta-feira. Outros 513 suspeitas estão em monitoramento.
O Ministério da Saúde começou tratar a doença como um surto. O Centro de Operação de Emergências (COE) criado pelo Ministério da Saúde começa sua operação nesta sexta-feira. A pasta firma que tem uma articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes.
Na segunda-feira, 25, o ministro Marcelo Queiroga disse que o Brasil “fez o dever de casa” diante do surto de varíola dos macacos desde o início da epidemia. Queiroga disse que o Brasil se preparou para lidar com o vírus, providenciando laboratórios para diagnóstico, identificação dos casos e isolamento dos pacientes.
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O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa e da Ásia, assim como Estados Unidos, Canadá e Brasil, confirmaram casos.
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. A monkeypox coloca os virologistas em alerta porque está na família da varíola, embora cause quadros menos graves.
O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.
Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool em gel.
Existem três vacinas que foram utilizadas contra a varíola humana podem ser utilizadas para proteger contra a varíola dos macacos. alguns países, como os Estados Unidos, já estão comprando os imunizantes.
O Brasil está negociando a compra da vacina com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, a vacina a ser adquirida possivelmente será de vírus não replicante. A previsão é de que 50 mil doses sejam destinadas ao Brasil, de acordo com solicitação feita à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Os primeiros imunizantes devem ser destinados a profissionais de saúde e o desembarque das vacinas está previsto para ocorrer ainda em 2022. "O esquema de imunização deve ser de duas doses com intervalo de 30 dias entre elas. Já estamos em tratativas com as fabricantes para adquirir os imunizantes. O COE vai acompanhar todo o processo pandêmico em relação à monkeypox", destacou Arnaldo Medeiros.
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