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Minhocão passa a se chamar Elevado João Goulart

Mudança faz parte do programa Ruas de Memória, que pretende alterar nome de mais de 40 ruas, pontes, praças e viadutos relacionados à ditadura militar

Minhocão: mudança faz parte do programa Ruas de Memória, que pretende alterar nome de mais de 40 ruas, pontes, praças e viadutos relacionados à ditadura militar (Carlos Severo/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2016 às 20h44.

São Paulo - Antes Elevado Costa e Silva, o Minhocão agora se chama Presidente João Goulart. A mudança foi sancionada nesta segunda-feira, 25, pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e faz parte do programa Ruas de Memória, que pretende alterar o nome de mais de 40 ruas, pontes, praças e viadutos de São Paulo relacionados à ditadura militar (1964-1985).

Outra avenida no Grajaú, no extremo da zona sul, também teve a mudança decretada. Durante o anúncio, Haddad fez mais de uma referência ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

No seu discurso, o prefeito de São Paulo afirmou que o programa "tem uma razão de ser muito oportuna nos tempos atuais". Ao comentar a mudança para Elevado João Goulart, presidente deposto pelo golpe de 1964, Haddad deixou implícita uma crítica ao afastamento da presidente Dilma.

"Nada mais importante, nos dias de hoje, do que lembrar a figura de alguém que estava legitimamente no exercício dos seus direitos como vice-presidente eleito e empossado como presidente", disse.

O Minhocão era batizado em homenagem ao Marechal Arthur da Costa e Silva, presidente de 1967 a 1969, período conhecido como "anos de chumbo", por causa do AI-5, o mais radical dos atos institucionais.

Já o outro local com nome alterado foi a Avenida General Golbery do Couto e Silva, que chefiou o Serviço Nacional de Informações (SNI). Ela passa a se chamar Avenida Giuseppe Benito Pegoraro, padre que atuou no Grajaú.

"Quis o destino que esperássemos todo esse tempo para começar a passar em revista nossa história, deixando de homenagear pessoas que atentaram contra liberdades individuais, direitos políticos e direitos civis, no momento em que a democracia demonstra sinais de fragilidade no nosso País", afirmou o prefeito.

Haddad disse ainda que o evento o fazia lembrar do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do Doi-Codi de São Paulo, um centro de tortura do regime militar, morto no ano passado.

"Acho que essa é uma resposta à altura a todas as atrocidades que ele e seus comparsas cometeram contra a liberdade de expressão, de opinião e contra a democracia", afirmou.

Torturador confesso, Ustra foi homenageado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), durante votação do pedido de impeachment de Dilma na Câmara, em abril.

Ruas de Memória

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania mapeou mais de 40 logradouros com nome de pessoas ligadas ao regime militar em São Paulo.

Desses, 21 são tratados pela Prefeitura como prioridade - entre eles, estava o Minhocão. Para a maior parte dos lugares, no entanto, a mudança precisa ser aprovada pelos moradores. "A comunidade tem de ser consultada e tem de haver engajamento dos afetados", disse Haddad.

Nesses locais, os moradores podem propor um nome para substituir o atual. A ideia da Prefeitura é que as mulheres sejam priorizadas, uma vez que representam menos de 15% das vias da cidade.

"É fundamental que a luta continue para o Brasil ser passado a limpo", afirmou o vereador Eliseu Gabriel (PSB), autor do projeto de lei que altera o nome do Minhocão.

"A gente precisa que a cidade esteja marcada pelo lado da democracia - e não do autoritarismo", disse o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Felipe de Paula.

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Outra avenida no Grajaú, no extremo da zona sul, também teve a mudança decretada. Durante o anúncio, Haddad fez mais de uma referência ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

No seu discurso, o prefeito de São Paulo afirmou que o programa "tem uma razão de ser muito oportuna nos tempos atuais". Ao comentar a mudança para Elevado João Goulart, presidente deposto pelo golpe de 1964, Haddad deixou implícita uma crítica ao afastamento da presidente Dilma.

"Nada mais importante, nos dias de hoje, do que lembrar a figura de alguém que estava legitimamente no exercício dos seus direitos como vice-presidente eleito e empossado como presidente", disse.

O Minhocão era batizado em homenagem ao Marechal Arthur da Costa e Silva, presidente de 1967 a 1969, período conhecido como "anos de chumbo", por causa do AI-5, o mais radical dos atos institucionais.

Já o outro local com nome alterado foi a Avenida General Golbery do Couto e Silva, que chefiou o Serviço Nacional de Informações (SNI). Ela passa a se chamar Avenida Giuseppe Benito Pegoraro, padre que atuou no Grajaú.

"Quis o destino que esperássemos todo esse tempo para começar a passar em revista nossa história, deixando de homenagear pessoas que atentaram contra liberdades individuais, direitos políticos e direitos civis, no momento em que a democracia demonstra sinais de fragilidade no nosso País", afirmou o prefeito.

Haddad disse ainda que o evento o fazia lembrar do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, chefe do Doi-Codi de São Paulo, um centro de tortura do regime militar, morto no ano passado.

"Acho que essa é uma resposta à altura a todas as atrocidades que ele e seus comparsas cometeram contra a liberdade de expressão, de opinião e contra a democracia", afirmou.

Torturador confesso, Ustra foi homenageado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), durante votação do pedido de impeachment de Dilma na Câmara, em abril.

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A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania mapeou mais de 40 logradouros com nome de pessoas ligadas ao regime militar em São Paulo.

Desses, 21 são tratados pela Prefeitura como prioridade - entre eles, estava o Minhocão. Para a maior parte dos lugares, no entanto, a mudança precisa ser aprovada pelos moradores. "A comunidade tem de ser consultada e tem de haver engajamento dos afetados", disse Haddad.

Nesses locais, os moradores podem propor um nome para substituir o atual. A ideia da Prefeitura é que as mulheres sejam priorizadas, uma vez que representam menos de 15% das vias da cidade.

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"A gente precisa que a cidade esteja marcada pelo lado da democracia - e não do autoritarismo", disse o secretário de Direitos Humanos e Cidadania, Felipe de Paula.

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