Belém: partidos que tentaram erguer as bandeiras foram vaiados pela multidão e obrigados a recolhê-las sob gritos de estudantes e trabalhadores. (Renato Ribeiro/Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2013 às 21h58.
Belém - Belém registrou nesta segunda-feira uma das maiores manifestações populares dos últimos dez anos na capital do Pará.
Um total de 15 mil manifestantes, de acordo com organizadores, ou dez mil, na avaliação da Polícia Militar (PM), tomou as ruas dos bairros de São Braz e Marco, protestando contra as obras do BRT, um projeto de R$ 450 milhões que pretende oferecer serviço de ônibus de transporte rápido em faixa exclusiva, mas que se arrasta há mais de um ano e prejudica o trânsito na principal avenida de entrada e saída da cidade, a Almirante Barroso.
Os manifestantes também levaram cartazes contra a corrupção e o caos na saúde pública na capital paraense, além da criminalidade, que põe a cidade entre as mais violentas do mundo, de acordo com um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
"O povo não suporta mais tanto descaso e corrupção com o dinheiro público", afirmou o estudante José Wilson Ferreira. O ajudante de pedreiro Eduardo Sarmento disse que foi ao protesto porque acredita que o povo "está acordando para reivindicar seus direitos".
Partidos que tentaram erguer as bandeiras foram vaiados pela multidão e obrigados a recolhê-las sob gritos de estudantes e trabalhadores. A PM informou que mil homens asseguraram a manifestação. Segundo os organizadores e policiais, nenhum caso de violência foi registrado.
A prefeitura não se manifestou, mas o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) disse que a obra está sendo retomada e a primeira etapa será inaugurada em dezembro. Ele culpou o antecessor e ex- aliado político, Duciomar Costa (PTB), pelo atraso da obra.