Exame Logo

Quase metade da Câmara quer renúncia de Cunha, diz Datafolha

Dos 324 deputados da Câmara, apenas um quarto apoia a permanência do presidente da Casa no cargo. Veja outros dados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB) (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Valéria Bretas

Publicado em 30 de outubro de 2015 às 10h02.

São Paulo – Quase metade dos deputados federais (45%) afirma que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve renunciar ao cargo, segundo dados do Datafolha divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo.

A sondagem revela que apenas 25% dos parlamentares apoiam a  sua permanência na direção da Casa. Outros 30% preferiram não se posicionar sobre o assunto.

O peemedebista, investigado na Operação Lava Jato , é acusado de ter contas secretas na Suíça. A suspeita é que elas foram usadas para esconder dinheiro oriundo de propina desviada de contratos fechados na Petrobras.

No dia 15 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma nova frente de investigações contra o presidente da Câmara.

Em depoimento, o lobista  Fernando Baiano confirmou que Cunha recebeu 5 milhões de dólares em contratos de navios-sonda da Petrobras. Desde o início, ele nega ter contas no exterior.

Mais de um terço dos 324 deputados ouvidos pelo levantamento, feito entre 19 e 28 de outubro, afirma que votaria a favor da cassação do deputado caso a Câmara abrisse um processo formal – no entanto, 52% não se posicionou a respeito.

Em entrevista, Cunha declarou que não renunciará. "Não existe impeachment de presidente da Câmara. Aqui [um afastamento] é só sob meu juízo próprio. E eu vou persistir”, disse há alguns dias.

São Paulo - Denunciado nesta quinta por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras , o presidente da Câmara, Eduardo Cunha , teria recebido propina como pagamento para facilitar dois contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da estatal.  De acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República,Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, teria intermediado o pagamento de 40 milhões de dólares em propina distribuídos entre ele, Cunha e Cerveró.Cerca de 40,3 milhões de dólares foram transferidos pelo estaleiro para uma conta da offshore do lobista Julio Camargo no Uruguai – que, por sua vez, repassava os valores para contas no exterior indicadas por Baiano. Depois que as sondas foram entregues, o estaleiro, contudo,  suspendeu o pagamento das últimas parcelas da propina de cada acordo. O primeiro no valor de 6,25 milhões de dólares. O segundo, de 6,395 milhões de dólares. Em resposta, Cunha teria começado a chantagear o representante da Samsung com requerimentos da Comissão de Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados (CFFC). Os pedidos foram assinados pela ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito (RJ) - também denunciada nesta quinta.  Após a pressão, Camargo repassou 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara - até a conta de igreja evangélica teria recebido uma parte do dinheiro. Cerca de 250 mil reais (ou o equivalente a 1/40 do montante devido) teriam sido depositados por Julio Camargo nas contas da igreja evangélica Assembleia de Deus, ministério Madureira. É o que afirma Rodrigo Janot, procurador-geral da República, na denúncia apresentada contra o peemedebista nesta quinta-feira.  Cunha é acusado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além da condenação criminal, a Procuradoria pede a 80 milhões de dólares como restituição pelos crimes cometidos e reparação dos danos causados à Petrobras.
  • 2. .

    2 /9(EXAME.com)

  • Veja também

    .
  • 3 /9(Exame.com)

  • 4 /9(Exame.com)

  • 5 /9(EXAME.com)

  • 6 /9(Exame.com)

  • 7 /9(EXAME.com)

  • 8 /9(EXAME.com)

  • 9 /9(Ueslei Marcelino/Reuters)

  • Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCapitalização da PetrobrasCombustíveisCorrupçãoEduardo CunhaEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesIndústria do petróleoMDB – Movimento Democrático BrasileiroOperação Lava JatoPartidos políticosPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Brasil

    Mais na Exame