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Mesmo sem desfiles, Carnaval pode piorar dados da covid-19, alerta comitê

Muitas prefeituras e governos estaduais liberaram a realização de eventos privados durante o feriado de Carnaval, mas com capacidade mais limitada

É esperado um aumento de casos de covid-19 após o Carnaval (LatinContent / Correspondente/Getty Images)
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Gilson Garrett Jr

Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 18h35.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2022 às 19h03.

Apesar de os desfiles de escolas de samba e dos blocos de Carnaval terem sido suspensos em boa parte das capitais do país, festas particulares estão liberadas nas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro. Para o coordenador do Comitê Científico do estado de São Paulo, João Gabbardo, após a festa popular os casos e mortes de covid-19 devem piorar se houver muitas aglomerações.

"Todos os desfiles foram cancelados, postergados. É importante que a população entenda que estamos em momento de declínio da doença, com redução de casos e de internações. Provavelmente teremos a redução no número de óbitos. Só manteremos a tendência se mantivermos o mesmo comportamento de não aglomerar, incluindo no Carnaval. A aglomeração traz uma consequência: uma piora nos nosso indicadores", alertou ele em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira, 16.

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Desde o começo de fevereiro, a média diária de casos de covid-19 no país vem caindo, e passou de quase 190 mil para 121 mil nesta quarta-feira. A média de mortes, por outro lado, ainda não apresentou uma queda considerável e está acima de 800 há quase dez dias, segundo dados do Ministério da Saúde.

"Infelizmente este período de feriado tem como consequência uma piora dos indicadores e isso vem acontecendo desde o início da pandemia. O fato de não ter desfile não retira a responsabilidade das pessoas, de diminuir as aglomerações. A população precisa avaliar o que ela quer: se quer acelerar a melhora", disse Gabbardo.

No fim de janeiro, em uma decisão conjunta, as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro decidiram adiar os desfiles das escolas de samba que estavam marcados para o feriado de Carnaval. A decisão foi anunciada após uma reunião com os prefeitos Ricardo Nunes (MDB), de São Paulo, e Eduardo Paes (DEM), do Rio. A nova data ficou para o feriado prolongado de 21 de abril.

"A decisão foi tomada em respeito ao atual quadro da pandemia de covid-19 no Brasil e a necessidade de, neste momento, preservar vidas e somar forças para impulsionar a vacinação em todo o território nacional", disse uma nota conjunta assinada por Nunes e Paes.

Tanto o Rio quanto São Paulo decidiram cancelar ainda a realização dos blocos de rua, pela falta de controle das multidões, mas até então vinham mantendo os desfiles das escolas de samba. Outras cidades, como Recife, Salvador e Belo Horizonte, tomaram decisões semelhantes.

Apesar disso, muitas prefeituras e governos estaduais liberaram a realização de eventos privados durante o feriado de Carnaval, mas com capacidade mais limitada em relação à festa popular.

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