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Mesmo com operação de segurança, passeios são mantidos na Rocinha

O guia Leonardo Soares, da Favela Tour Rocinha, disse que as forças de segurança que estão na comunidade liberaram os passeios

Rocinha: a parte alta da favela atrai turistas o ano todo (Bruno Kelly/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 18h20.

Rio - A operação das Forças Armadas e da PM nesta terça-feira, 10, na favela da Rocinha, no Rio , não interrompeu os passeios turísticos no local.

A parte alta da favela tem uma vista deslumbrante da orla da zona sul do Rio e atrai turistas o ano todo. Mas, na manhã desta terça, tiros foram ouvidos na região.

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O guia Leonardo Soares, da Favela Tour Rocinha, disse que as forças de segurança liberaram os passeios.

"Se eles dizem que pode, vamos. Por enquanto não impediram. Eles sabem se está tranquilo e seguimos a ordem. Somos locais e temos a informação de antemão. Ontem não tinha condição, mas hoje tem".

Soares contou que a disputa de traficantes pelo controle da venda de drogas no morro, iniciada há quase um mês, vem prejudicando o turismo.

"Estou precisando fazer em outras comunidades para conseguir fechar meu mês. Ontem fui para o Vidigal (favela vizinha). Precisamos de segurança para trabalhar".

O guia alemão Bernhard Hermann, que mora no Rio há 12 anos e é conhecido como MC Gringo, acha imprudente subir com turistas nesta terça-feira.

As duas alemãs que ele trouxe ficaram apenas na parte baixa do morro. Assustadas, elas preferiram não dar entrevista.

"Venho aqui e mostro o visual, mas hoje não dá. Normalmente não tem perigo na Rocinha, morei um ano aqui. O melhor da favela é o morador. O mais triste é ver a maravilhosa biblioteca daqui fechada e o tanque na frente. Estava tudo em paz, o Nem era como diz o samba 'Meu bom juiz'", disse, referindo-se ao traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, antigo "chefe" do tráfico, e ao sucesso de Bezerra da Silva, que enaltecia a figura do "bandido benfeitor" da favela.

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