Mercosul precisa de "mais liberdade" para avançar, diz FHC
Segundo sua opinião, "chegou o momento para uma nova reflexão", já que "o mundo muda" e as instituições "têm que seguir seu curso"
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2016 às 15h42.
Montevidéu - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) disse nesta quinta-feira em Montevidéu que o Mercosul "requer mais liberdade" para avançar, no marco das negociações de seus países-membros com outros Estados e blocos regionais.
"Precisamos de mais liberdade para que o Mercosul avance (...). O bloco é muito importante, mas não pode ser obstáculo para que os países avancem. É preciso buscar uma fórmula que permita essas negociações e que não esteja em contradição com os direitos do bloco. O mundo que vivemos hoje requer mais liberdade", expressou.
Segundo sua opinião, "chegou o momento para uma nova reflexão", já que "o mundo muda" e as instituições "têm que seguir seu curso".
No entanto, FHC avaliou o interesse do governante argentino, Mauricio Macri, para que "o Mercosul sobreviva" e afirmou que tanto os compromissos do Brasil como da Argentina "vão além" dos presidentes "eventuais".
"O sentimento da Argentina e Brasil é que estamos vivendo tempos de mais flexibilidade e liberdade", asseverou.
O ex-presidente fez estas declarações no marco de uma sessão de cafés da manhã de trabalho organizada pela Associação de Dirigentes de Marketing do Uruguai e esteve em companhia do ex-secretário geral da Organização dos Estados Americanos José Miguel Insulza e o ex-chanceler uruguaio Sergio Abreu.
FHC refletiu sobre o momento pelo qual o Brasil atravessa, onde, na sua opinião, "há sinais" de que a confiança internacional volte para a economia.
"Eu acho que estamos começando a avistar um certo horizonte para o Brasil e se alcançarmos, vamos ter um papel importante na região outra vez", afirmou o ex-mandatário.
Além disso, o ex-líder ressaltou "a necessidade" de infraestrutura para os novos investimentos e avaliou "o salto enorme" que dado pela agricultura brasileira nos últimos anos.
"O Brasil é um dos pouco países da região que se industrializou e a industrialização requer, mais do que qualquer outra atividade, tecnologia e encadeamento desses fluxos, então estamos um pouco perdidos em como vamos voltar a criar os vínculos com o mundo", garantiu.
Finalmente, o ex-presidente brasileiro ressaltou o "enorme potencial" de seu país em diversas áreas e a "grande ordem" nas instituições que "demonstraram mais uma vez" que são "mais sólidas" do que o imaginado.