Mercado de trabalho aquecido garante inadimplência sob controle em 2011
Economista da LCA Consultores diz que aperto monetário do BC não será relevante para o custo total do crédito ao consumidor
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2011 às 11h13.
São Paulo - Embora o mercado de trabalho deva sofrer uma leve desaceleração nos próximos meses, a taxa de desemprego permanecerá em níveis historicamente baixos, o que elimina qualquer possibilidade de crescimento explosivo da inadimplência ao longo do ano.
A avaliação é do economista da LCA Consultores Douglas Uemura, que participou nesta terça-feira (11) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.
“Existe uma associação direta entre inadimplência e taxa de desemprego. Como a gente não vê para 2011 uma piora tão significativa do mercado de trabalho, vai ser pouco provável que a gente tenha um aumento expressivo da inadimplência ao longo desse ano”, diz Uemura.
O economista da LCA explica que o endividamento das famílias está crescendo desde 2004, mas isso não é necessariamente uma tendência negativa. “O comprometimento da renda com o pagamento de juros e com o abatimento do principal não está apresentando uma tendência tão elevada porque, embora o crédito esteja crescendo, os juros têm registrado tendência de queda num prazo mais longo assim como o spread bancário. Além disso, estamos verificando uma expansão do prazo médio do crédito, ou seja, o peso do serviço da dívida na renda do consumidor não está crescendo de maneira tão expressiva.”
Douglas Uemura acredita que o aperto monetário, que deve ser feito pelo Banco Central neste ano, não será relevante para o custo total do crédito ao consumidor.
“Existem algumas linhas que têm juros muito mais significativos. O crédito pessoal, por exemplo, tem juros de 42% ao ano. Portanto, a elevação da Selic e a alta do compulsório podem restringir o ritmo de concessão do crédito, mas não significam um aumento expressivo do custo do crédito para o consumidor final.”
Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista da LCA explica qual perfil de endividamento é saudável e qual requer uma atenção especial das famílias.
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