Mercadante explica grupos de transição e diz que tamanho não pode atrapalhar entregas
Em entrevista a jornalistas, Mercadante se dedicou a explicar o funcionamento desses comitês, diante de "muita expectativa" e divergências sobre o entendimento do papel dos Gts
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de novembro de 2022 às 18h48.
Última atualização em 17 de novembro de 2022 às 18h51.
O ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou nesta quinta-feira, 17, que o tamanho dos grupos que participam da transição não pode afetar eficiência e entregas desses comitês. Em entrevista a jornalistas, Mercadante se dedicou a explicar o funcionamento desses comitês, diante de "muita expectativa" e divergências sobre o entendimento do papel dos Gts.
Mercadante pontuou que esses grupos ficam responsáveis por fazer um diagnóstico do Estado brasileiro, além de reunir informações e situações que possam exigir algum tipo de decisão antes da posse. Ele destacou que os dados levantados serão entregues aos ministros e equipes que assumirem no governo. Segundo Mercadante essas questões foram explicadas internamente mais cedo para participantes da transição.
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Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a equipe do governo de transição, inchada para acomodar todas as nuances políticas da aliança que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva, se transforma a cada dia em uma bomba relógio que pode explodir no colo do presidente eleito, conforme avaliação de aliados que começam a se preocupar com o desenho da futura administração. Oficialmente, a lei da transição prevê a criação de 50 cargos remunerados, mas já se falava na semana passada em pelo menos 150 contribuidores no período, a maioria de voluntários.
Segundo Mercadante, muitas informações foram requisitadas pela coordenação-geral da transição e já estão sendo distribuídas aos grupos técnicos. Ele destacou os relatórios recebidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e disse que a transição quer uma "análise detalhada" desses documentos. "E grupos podem se reportar a auditores respectivos", disse Mercadante, ressaltando a conclusão da Corte de Contas de que o Bolsa Família teria o melhor desenho entre os programas de distribuição de renda. "É muito mais eficiente do que temos hoje", disse.
"Estamos identificando problemas muito graves em várias áreas relevantes", apontou também o ex-ministro.
Mercadante ainda reclamou que o orçamento para o governo de transição é enxuto, e que apenas 14 pessoas nomeadas estão recebendo uma remuneração. "Os demais trabalham voluntariamente" disse.
Há problema sobre lugar das Forças Armadas em relação à Constituição, diz Mercadante
O ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador de grupos temáticos da transição, afirmou nesta quinta, 17, que existe no País um problema institucional do lugar das Forças Armadas em relação à Constituição. Segundo ele, o governo Jair Bolsonaro foi o primeiro a nomear militares para setores sem ligação com a defesa nacional.
Além das críticas, ele declarou que os integrantes do grupo de Defesa serão anunciados quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva voltar do Egito, onde participa da COP 27.
"As Forças Armadas são uma instituição secular, organizada, com diagnóstico. Não tem maiores preocupações em relação a sua agenda. Pode ter algumas questões pontuais. Tem um problema institucional do lugar das Forças Armadas em relação à Constituição, mas isso não é propriamente um problema do grupo de trabalho. Acho que não tem nenhuma dificuldade e teremos uma boa solução", disse.
O coordenador ainda ressaltou que, eventualmente, militares podem ocupar cargos no governo Lula, mas sinalizou que essa participação seria pontual.
Mercadante ainda citou que o grupo de Justiça e Segurança Pública não escolheu policiais como integrantes, tamanha é a gama de forças existentes no País. Entretanto, ele disse que representantes das polícias devem ser convidados para reuniões e eventualmente, participar da transição.
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