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Mensalão e petrolão são um só, diz procurador

O procurador da República Deltan Dallagnol disse que esquema envolvendo Dirceu evidencia "um esquema partidário de corrupção"

Ex-ministro José Dirceu: "Mensalão e petrolão são um só", decretou Dallagnol, ao divulgar denúncia contra Dirceu e mais 16 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa (REUTERS/Jamil Bittar)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2015 às 19h39.

São Paulo e Curitiba - O procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato , disse nesta sexta-feira, 4, que o esquema de corrupção na Petrobras envolvendo o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu se refere a contratos específicos na estatal. Para o procurador, o caso evidencia "um esquema partidário de corrupção".

"Mensalão e petrolão são um só", decretou Dallagnol, ao divulgar denúncia contra Dirceu e mais 16 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Segundo a força-tarefa, o ex-ministro teria recebido pelo menos R$ 11,8 milhões em propina da empreiteira Engevix por contratos firmados com a Petrobras. "Os pagamentos a Dirceu eram uma espécie de retribuição reservada a ele pela indicação do diretor de Serviços", afirmou o procurador da República Robersson Pozzobon, em alusão ao engenheiro Renato Duque, apontado como elo do PT no esquema de corrupção na estatal petrolífera.

José Dirceu é acusado de receber valores "antes, durante e depois" de ser condenado e preso no Mensalão, escândalo que abalou o primeiro governo Lula (2003/2006).

Segundo a denúncia, os valores de propina pagos pela empreiteira via lobista Milton Pascowitch, foram divididos em duas partes: 50% para a "Casa" e 50% para o PT via Vaccari.

"Casa" era como a organização se referia à cota dos agentes públicos na divisão da propina - Duque e Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia e braço direito de Duque.

A parte destinada a Dirceu vinha dessa cota e houve caso em que esse valor teve que ser incluído. Um exemplo foi o contrato da Engevix para as obras de Cacimbas da Petrobras.

Compadrio

O procurador afirmou também que a sociedade brasileira ainda é explorada pela corrupção. Segundo ele, a Lava Jato revela "o exercício de um governo em benefício de interesses particulares, de governantes que enriquecem e de um capitalismo de compadrio".

"Nós comemoramos nesta semana o dia da Independência do Brasil (7 de setembro). Um dia em que o Brasil se viu independente de um estado de exploração. Contudo, nós ainda somos explorados pela corrupção. Que nós possamos, através dessas medidas e de ações penais como essa proposta (contra o ex-ministro José Dirceu), ter marcos simbólicos da luta do nosso povo por um País mais justo, por um País melhor, por um País livre e independente da exploração que nos faz sofrer e da exploração cometida por corruptos e por corruptores", afirmou.

O Ministério Público Federal denunciou, hoje, criminalmente o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e mais 15 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estão entre os denunciados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e ex-sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, e Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de Dirceu.

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Segundo a força-tarefa, o ex-ministro teria recebido pelo menos R$ 11,8 milhões em propina da empreiteira Engevix por contratos firmados com a Petrobras. "Os pagamentos a Dirceu eram uma espécie de retribuição reservada a ele pela indicação do diretor de Serviços", afirmou o procurador da República Robersson Pozzobon, em alusão ao engenheiro Renato Duque, apontado como elo do PT no esquema de corrupção na estatal petrolífera.

José Dirceu é acusado de receber valores "antes, durante e depois" de ser condenado e preso no Mensalão, escândalo que abalou o primeiro governo Lula (2003/2006).

Segundo a denúncia, os valores de propina pagos pela empreiteira via lobista Milton Pascowitch, foram divididos em duas partes: 50% para a "Casa" e 50% para o PT via Vaccari.

"Casa" era como a organização se referia à cota dos agentes públicos na divisão da propina - Duque e Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia e braço direito de Duque.

A parte destinada a Dirceu vinha dessa cota e houve caso em que esse valor teve que ser incluído. Um exemplo foi o contrato da Engevix para as obras de Cacimbas da Petrobras.

Compadrio

O procurador afirmou também que a sociedade brasileira ainda é explorada pela corrupção. Segundo ele, a Lava Jato revela "o exercício de um governo em benefício de interesses particulares, de governantes que enriquecem e de um capitalismo de compadrio".

"Nós comemoramos nesta semana o dia da Independência do Brasil (7 de setembro). Um dia em que o Brasil se viu independente de um estado de exploração. Contudo, nós ainda somos explorados pela corrupção. Que nós possamos, através dessas medidas e de ações penais como essa proposta (contra o ex-ministro José Dirceu), ter marcos simbólicos da luta do nosso povo por um País mais justo, por um País melhor, por um País livre e independente da exploração que nos faz sofrer e da exploração cometida por corruptos e por corruptores", afirmou.

O Ministério Público Federal denunciou, hoje, criminalmente o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, e mais 15 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Estão entre os denunciados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão e ex-sócio de José Dirceu na JD Assessoria e Consultoria - empresa pela qual o petista teria recebido propinas do esquema de corrupção instalado na Petrobras entre 2004 e 2014, e Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de Dirceu.

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