Menor velocidade em SP reduzirá 250 mortes, diz secretário
Além disso, a redução de lesões no trânsito libera 60 leitos hospitalares por dia no Sistema Único de Saúde
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2015 às 10h48.
O secretário municipal de Transportes de São Paulo , Jilmar Tatto, disse hoje (15) que medidas de mobilidade adotadas na capital paulista, como as reduções de velocidade nas marginais, terão um custo político.
“Mas que vale a pena, porque só este ano a cidade de São Paulo vai ganhar 250 vidas”, afirmou.
Ele participou hoje (15) do seminário Impactos da Implantação de Velocidades Seguras em Cidades, promovido pela WRI Brasil, com apoio da Rede Nossa São Paulo.
Segundo Tatto, a implementação das medidas levará à redução de 250 mortes no trânsito este ano.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no ano passado, 1.249 pessoas morreram por causa de acidentes de trânsito no município.
Além disso, a redução de lesões no trânsito libera 60 leitos hospitalares por dia no Sistema Único de Saúde (SUS).
“A partir desse dado, começamos a tomar medidas que não estão sendo fáceis, porque o usuário do carro, entre a sua segurança e a velocidade, uma boa parte prefere a velocidade. Tem um problema profundo cultural, que temos que mudar. Há grupos organizados na cidade que não deixam a mudança acontecer”, disse ele.
Entre as mudanças implementadas estão a redução dos limites de velocidade, o aumento da fiscalização, o espaço especial para motociclistas durante as paradas em semáforos, a sinalização para pedestre, as ciclovias, as faixas exclusivas de ônibus e redução da velocidade dos coletivos.
Nas pistas expressas das marginais Pinheiros e Tietê, desde o dia 20 de junho, a velocidade máxima caiu de 90 quilômetros por hora (km/h) para 70 km/h e, nas pistas locais, a redução passou de 70 km/h para 50 km/h.
Outros países
Segundo a coordenadora de projetos de Saúde e Segurança viária do WRI Brasil, Marta Obelheiro, o país registra 116 mortes no trânsito por dias.
“No trânsito, isso acontece todos os dias, mas as pessoas ainda não despertaram e isso não gera a comoção que deveria. É como se fosse a queda de um avião por dia.”
Por isso, de acordo com Marta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a velocidade máxima de 50 quilômetros por hora (km/h) em vias urbanas.
Cidades como Tóquio, Londres, Nova York, Paris e Chicago já adotam há anos essa velocidade máxima.
No caso da França, que promoveu a mudança na década de 90, foram evitadas 580 mortes em dois anos. Recentemente, Paris iniciou a discussão e reduziu ainda mais a velocidade, de 50 km/h para 30 km/h.
“Em alta velocidade, a pessoa tem menos tempo de reagir e evitar a colisão”, explicou.
O consultor da OMS Roberto Victor Pavarino Filho cita também o exemplo de países como a Suécia, que desde a década de 90 optou por priorizar a vida com vias mais seguras aos pedestres.
No Brasil, o grande problema, para o consultor, é a falta de entendimento da população.
“Há que não entenda, mas há também quem não queira [a redução de velocidade]”, disse. “Os fundamentos [das medidas de mobilidade] são técnicos, mas a decisão é política, no termo mais grego, de administração da polis”, acrescentou.
O secretário municipal de Transportes de São Paulo , Jilmar Tatto, disse hoje (15) que medidas de mobilidade adotadas na capital paulista, como as reduções de velocidade nas marginais, terão um custo político.
“Mas que vale a pena, porque só este ano a cidade de São Paulo vai ganhar 250 vidas”, afirmou.
Ele participou hoje (15) do seminário Impactos da Implantação de Velocidades Seguras em Cidades, promovido pela WRI Brasil, com apoio da Rede Nossa São Paulo.
Segundo Tatto, a implementação das medidas levará à redução de 250 mortes no trânsito este ano.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no ano passado, 1.249 pessoas morreram por causa de acidentes de trânsito no município.
Além disso, a redução de lesões no trânsito libera 60 leitos hospitalares por dia no Sistema Único de Saúde (SUS).
“A partir desse dado, começamos a tomar medidas que não estão sendo fáceis, porque o usuário do carro, entre a sua segurança e a velocidade, uma boa parte prefere a velocidade. Tem um problema profundo cultural, que temos que mudar. Há grupos organizados na cidade que não deixam a mudança acontecer”, disse ele.
Entre as mudanças implementadas estão a redução dos limites de velocidade, o aumento da fiscalização, o espaço especial para motociclistas durante as paradas em semáforos, a sinalização para pedestre, as ciclovias, as faixas exclusivas de ônibus e redução da velocidade dos coletivos.
Nas pistas expressas das marginais Pinheiros e Tietê, desde o dia 20 de junho, a velocidade máxima caiu de 90 quilômetros por hora (km/h) para 70 km/h e, nas pistas locais, a redução passou de 70 km/h para 50 km/h.
Outros países
Segundo a coordenadora de projetos de Saúde e Segurança viária do WRI Brasil, Marta Obelheiro, o país registra 116 mortes no trânsito por dias.
“No trânsito, isso acontece todos os dias, mas as pessoas ainda não despertaram e isso não gera a comoção que deveria. É como se fosse a queda de um avião por dia.”
Por isso, de acordo com Marta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a velocidade máxima de 50 quilômetros por hora (km/h) em vias urbanas.
Cidades como Tóquio, Londres, Nova York, Paris e Chicago já adotam há anos essa velocidade máxima.
No caso da França, que promoveu a mudança na década de 90, foram evitadas 580 mortes em dois anos. Recentemente, Paris iniciou a discussão e reduziu ainda mais a velocidade, de 50 km/h para 30 km/h.
“Em alta velocidade, a pessoa tem menos tempo de reagir e evitar a colisão”, explicou.
O consultor da OMS Roberto Victor Pavarino Filho cita também o exemplo de países como a Suécia, que desde a década de 90 optou por priorizar a vida com vias mais seguras aos pedestres.
No Brasil, o grande problema, para o consultor, é a falta de entendimento da população.
“Há que não entenda, mas há também quem não queira [a redução de velocidade]”, disse. “Os fundamentos [das medidas de mobilidade] são técnicos, mas a decisão é política, no termo mais grego, de administração da polis”, acrescentou.