Brasil

Mendes diz que Lava Jato não pode operar cometendo crimes

Mendes disse recentemente à mídia que alguns procuradores envolvidos na Lava Jato deveriam ser eles mesmos investigados pela própria operação


	Mendes: “Eu tenho defendido as investigações e têm sido decisivas para a mudança do Brasil, mas devemos observar os parâmetros legais”
 (Evaristo Sa / AFP)

Mendes: “Eu tenho defendido as investigações e têm sido decisivas para a mudança do Brasil, mas devemos observar os parâmetros legais” (Evaristo Sa / AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2016 às 15h41.

Rio de Janeiro - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta sexta-feira que não é contra a operação Lava Jato, que investiga um bilionário esquema de corrupção no país, mas ressaltou que não se pode combater ilegalidades cometendo crime, em referência a possíveis excessos da operação.

“Não sou contrário à Lava Jato, pelo contrário. Eu tenho defendido as investigações e têm sido decisivas para a mudança do Brasil, mas devemos observar os parâmetros legais”, disse o magistrado a jornalistas durante visita a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Mendes disse recentemente à mídia que alguns procuradores envolvidos na Lava Jato deveriam ser eles mesmos investigados pela própria operação, se referindo a suposto vazamento por procuradores de dados das negociações de delação premiada do ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, supostamente citando o ministro do STF Dias Toffoli.

De acordo com Mendes, o vazamento da suposta citação a Toffoli, que já foi negada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pode ter partido de dentro da própria Lava Jato.

"Não se combate crime cometendo crime... tem que evitar abusos, excessos, e qualquer tipo de constrangimento ilegal”, afirmou o ministro do Supremo.

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da República anunciou que encerrou as negociações com o ex-presidente da OAS que visavam a um acordo de delação no âmbito da Lava Jato.

O ministro Gilmar Mendes, que é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse ainda em Duque de Caxias que vai pedir ajuda da Polícia Federal na investigação de casos de atentados e ataques a candidatos a prefeito e a vereador em cidades brasileiras para a eleição de outubro.

Nos últimos meses foram registradas na Baixada Fluminense ao menos 13 ocorrências desse tipo, inclusive com a morte de alguns candidatos. Mendes revelou que pediu ao Ministério da Justiça para que a PF ajude a investigar incidentes eleitorais.

“A PF é o braço policial judicial, e pela sua técnica e função pode ser competente nas investigações em todo o país”, afirmou o ministro. “Tem casos que são de segurança e não obrigatoriamente eleitoral“, acrescentou.

Já está definido que as Forças Armadas vão atuar nas eleições municipais no Estado do Rio de Janeiro a pedido do governo estadual, e a Baixada Fluminense deve receber uma atenção especial das forças de segurança no pleito de outubro.

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP