Meirelles: Guerra cambial estará na agenda da reunião do G20 em Seul. (ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2010 às 07h41.
Chicago - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o novo plano de compra de ativos do Federal Reserve vai gerar mais "distorções" nos mercados mundiais e complicar os esforços do Brasil para conter a alta do real.
Falando a jornalistas em um evento em Chicago, Meirelles disse que a política do Fed de 'quantitative easing' está tendo "consequências negativas para outros países", incluindo o Brasil.
Ele também disse que o assunto estará na agenda da reunião do G20 em Seul.
"O 'quantitative easing' cria liquidez excessiva que flui para países como o Brasil", afirmou ele.
"Definitivamente, para o Brasil, isso cria um problema e o Brasil apresentará propostas nesse sentido a vários países --Estados Unidos e China-- para alcançarem um acordo diferente e para que não sejam geradas muitas distorções."
O plano controverso do Fed envolve comprar cerca de 600 bilhões de dólares em bônus governamentais e deve pesar sobre o valor do dólar.
Isso pode ser uma notícia ruim para o Brasil, que já enfrenta dificuldades para desacelerar a entrada de capital no país, algo que impulsiona o real e prejudica os exportadores.
Questionado se o BC considera medidas adicionais para gerenciar o risco dos fluxos especulativos, Meirelles disse: "Não. Nós estamos apenas avaliando o que foi feito até agora".
Questionado se espera que a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) peça para que ele continue no BC no novo governo, Meirelles disse: "Não há expectativa ... No momento certo, ela vai fazer todas as decisões e comunicá-las".
Ele acrescentou, porém, que está confiante que as "escolhas serão boas".