Brasil

Meirelles: Ganho com reforma é maior que concessões a políticos

Se os deputados não votarem a proposta de reforma neste ano, "o começo de 2018 é uma hipótese" com a qual o governo trabalha, disse o ministro

Meirelles: "Não há dúvida de que a não aprovação tem um efeito forte negativo", avaliou o ministro (Adriano Machado/Reuters)

Meirelles: "Não há dúvida de que a não aprovação tem um efeito forte negativo", avaliou o ministro (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 17h35.

São Paulo - A equipe econômica ainda trabalha com a "meta" de votar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados na semana que vem e as concessões que o governo vêm fazendo para angariar apoio político têm custo menor que os benefícios fiscais que serão produzidos com a medida, afirmou nesta terça-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Se os deputados não votarem em dois turnos a proposta de reforma neste ano, "o começo de 2018 é uma hipótese" com a qual o governo trabalha, disse o ministro a jornalistas após almoço de promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) em São Paulo.

"Não há dúvida de que a não aprovação tem um efeito forte negativo", avaliou o ministro. "Certamente haveria um 'downgrade' do Brasil, com consequências importantes para o custo de financiamento do país."

Adiar a reforma da Previdência para 2019 elevaria os riscos de rebaixamento da nota brasileira pela Standard & Poor's, disse recentemente em entrevista à Reuters o chefe global de ratings soberanos da agência, Moritz Kraemer. [nL1N1O615C]

Nas contas do governo, é imprescindível reduzir os gastos públicos com aposentadorias para cumprir em 2019 a obrigação constitucional de limitar as despesas públicas ao nível do ano anterior mais a inflação, o chamado teto de gastos.

Este limite constitucional impede que o governo promova mudanças muito significativas no Orçamento anual para agradar deputados e senadores com emendas parlamentares, avaliou o ministro da Fazenda nesta terça-feira.

De acordo com Meirelles, os bancos públicos podem liderar o mercado na redução dos juros cobrados de consumidores e empresas, porque isso "faz parte do processo normal" de ajuste do mercado aos cortes da taxa básica pelo Banco Central. Na semana passada, o BC levou a Selic a 7 por cento ao ano, o valor mais baixo da história. [nEMNHC10RY]

Acompanhe tudo sobre:Governo TemerHenrique MeirellesMinistério da FazendaReforma da Previdência

Mais de Brasil

Ministério Público vai apurar acidente de avião em Ubatuba

'Presidente quer fazer eventuais mudanças ainda este mês', diz Rui Costa sobre reforma ministerial

Prefeito de BH, Fuad Noman volta a ser entubado após apresentar instabilidade respiratória

Lula edita MP que prevê pagamento de R$ 60 mil a pessoas com deficiência causada pelo zika vírus