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Meirelles: bancos terão de fazer ajustes para Basileia 3

Presidente do BC voltou a afirmar que sistema regulatório bancário do Brasil está adiantado

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles: implementação das regras de Basileia 3 deverá ser gradual, a partir de janeiro de 2013 (Reuters)

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles: implementação das regras de Basileia 3 deverá ser gradual, a partir de janeiro de 2013 (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

Nova York - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que os bancos brasileiros terão de passar por alguns ajustes, como o que diz respeito ao colchão de capital de proteção, dentro das novas regras do acordo de Basileia 3, mas voltou a ressaltar que os bancos no País estão à frente no que diz a sistema regulatório. "O sistema brasileiro já está bastante líquido justamente por causa dos depósitos compulsórios do Banco Central, que são considerados um item de liquidez preferencial dentro dos conceitos da Basileia", afirmou, após encontro com investidores estrangeiros em Nova York em evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.

De acordo com ele, as novas regras confirmam "aquilo que temos dito nos últimos dois anos, de que o Brasil já estava em larga porcentagem adaptado ao que viria a ser e hoje é a realidade do Basileia 3". Segundo Meirelles, o Brasil já possui hoje um nível de exigência de capital de reservas muito mais elevado do que o ficou estabelecido no Basileia 3. Pelas novas regras, os maiores bancos do mundo vão ter que possuir um patrimônio líquido equivalente a pelo menos 7% de seus ativos, ante os 2% exigidos atualmente. No Brasil, ressalta Meirelles, a exigência de capital é hoje de 11%.

As novas regras foram definidas no início deste mês em Basileia, na Suíça, pelos presidentes de bancos centrais e autoridades reguladoras de 27 países. A ideia é forçar os bancos a aumentar suas reservas de capital, para que eles estejam mais protegidos contra novas crises globais. A mais recente foi desencadeada pela falência do banco norte-americano Lehman Brothers, em setembro de 2008.

As instituições também terão de criar uma proteção adicional, chamada "colchão de proteção", de 2,5%, formada por ativos comuns. A exigência do chamado Tier 1 - formado por lucros e ações retidas - foi elevada de 2% para 4,5%. O valor total de Tier 1 foi determinado em 6%, ante os 4% atuais.

A implementação deverá ser gradual, a partir de janeiro de 2013. Entre janeiro de 2013 e janeiro de 2015, os bancos precisarão implementar a parte referente às reservas de capital. O colchão de conservação de capital deverá ser implementado entre janeiro de 2016 e janeiro de 2019.

O acordo deverá ser ratificado no próximo encontro de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) em novembro, em Seul, na Coreia do Sul. Depois disso, cada um dos 27 países participantes das discussões em Basileia, na Suíça, deverá adaptar as novas normas a seus respectivos sistemas financeiros.

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