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Meirelles admite que seu nome é cotado para eleição de 2018

"Sim, sou presidenciável. As pessoas falam comigo, me procuram, mas ninguém me cobra uma definição", disse o ministro da Fazenda à VEJA

Meirelles (Timothy Fadek/Bloomberg)

Meirelles (Timothy Fadek/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 06h50.

Brasília - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu, em entrevista à revista Veja que seu nome é cotado para ser candidato à Presidência da República em 2018, mas afirmou que só tomará uma decisão no ano que vem.

Questionado se "tinha consciência de que é um presidenciável", Meirelles respondeu que sim.

"Sim, sou presidenciável. As pessoas falam comigo, me procuram, mas ninguém me cobra uma definição. No mundo político, por exemplo, dizem o seguinte: o senhor tem o meu apoio, estou torcendo para isso", disse o ministro, completando, no entanto, que é "pé no chão" e não fará nada "baseado no entusiasmo".

"Tenho consciência de que o importante agora é fazer meu trabalho aqui no Ministério da Fazenda. Fazer um trabalho sério e entregar resultados. O futuro é outra coisa. Vamos aguardar", disse.

O nome de Meirelles tem surgido consistentemente como presidenciável, inclusive dentro do Palácio do Planalto. Fontes já admitiram à Reuters que, se a economia confirmar o crescimento e o ministro da Fazenda se transformar em uma opção concreta, pode ter o apoio do PMDB em 2018.

Em todas as conversas, no entanto, Meirelles adia a decisão. Na entrevista à revista Veja, o ministro lembra que passou por situação semelhante em 2010, quando foi convidado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ser vice de Dilma Rousseff. E que só tomou uma decisão na última semana.

"O fato de ter tomado a decisão no dia 31 de março é porque esperei o momento certo. Parei, pensei e decidi tranquilamente. Agora, terei que tomar uma decisão desse tipo novamente", explicou.

Se for candidato, Meirelles precisa deixar o cargo, de acordo com a lei eleitoral, até seis meses antes das eleições, na primeira semana de abril de 2018.

O ministro admite ainda acreditar que o cenário é favorável para um candidato com o seu perfil, "reformista" e que a situação econômica seria um ativo. Frente à insistência do entrevistador sobre uma definição, disse que é uma questão de "oportunidade e destino".

"Eu tenho que analisar tudo isso: a situação econômica, que é o ativo, as condições políticas do momento e a minha própria disposição", afirmou, lembrando que uma candidatura tem grandes custos. "Vou ter que deixar o ministério e deixar o trabalho ainda por um período de decolagem da economia e entrar em um processo que é outra história. Agora, acho que essas situações vão se definir naturalmente não só na economia como na política. Não é só meramente uma decisão do tipo 'eu vou porque eu quero'".

Meirelles disse ainda acreditar que a política social será o centro das eleições em 2018. Ao ser perguntado sobre o embate que teve como senadores do PT em uma audiência no Senado, afirmou ter se "sentido como candidato".

"A campanha será pautada na política social. Estou preparado para enfrentar esse discurso populista do PT. Diria até que estou acostumado, pois já tive embates com o PT que eram exatamente iguais quando era presidente do Banco Central no governo Lula", afirmou.

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