Médicos estrangeiros terão treinamento sobre dengue no Rio
No ano passado, até meados de maio, região de Bangu e Realengo tinha registrado mais de 19 mil casos da doença, cerca de dez vezes mais que bairros da zona sul
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2013 às 17h52.
Rio de Janeiro – Os profissionais estrangeiros do Programa Mais Médicos passarão por um treinamento especial no Rio sobre dengue, doença que causou ao menos nove mortes na cidade de janeiro a maio deste ano.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os três profissionais vindos de outros países e que atuarão na capital vão ser orientados sobre as características da capital e a incidência da dengue.
"Já nos falaram que em uma época do ano, o Rio tem muita dengue, e é uma doença que não temos no meu país. Por isso, estamos fazendo uma capacitação especial para lidar com essa doença. Estamos tratando de tudo sobre ela, desde a parte médica até a parte sanitária, com as campanhas de prevenção", disse a médica espanhola Núria Heredia, de 39 anos, que fará parte da equipe da Clínica da Família Armando Palhares, prestando atenção básica a um grupo de 3,6 mil moradores de Realengo, na zona oeste.
No ano passado, até meados de maio, a região de Bangu e Realengo tinha registrado mais de 19 mil casos da doença, cerca de dez vezes mais que os bairros da zona sul, segundo dados divulgados na época pela secretaria. Bangu e Senador Camará receberão os outros dois médicos estrangeiros. Hoje (25), os três conheceram um conjunto habitacional em Realengo e a clínica da família, onde Nuria irá trabalhar.
"Eu já sabia que ia trabalhar em uma das zonas mais carentes do Rio e estou muito animada com isso. Minha intenção é ajudá-los em tudo o que eu puder fazer", diz a médica, que trabalhava no sistema público de saúde na Espanha.
A peruana Roxana Alvarez, que se formou em medicina no México, já tinha trabalhado na atenção básica em uma comunidade pobre do país, e lá chegou a tratar de pacientes com dengue.
"No México, tem bastante dengue também. Morei no norte do país e já tive contato com pacientes com essa doença. É uma doença que no início se parece muito com outras, mas não chega a ser difícil de diagnosticar".
Roxana estava no Brasil participando de um curso de especialização e viu no programa uma oportunidade de continuar no país. Agora, vai trabalhar em Senador Camará, bairro que, assim como Bangu e Realengo, fica em uma das áreas que concentra o maior número de homicídios da capital. Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas 92 mortes, segundo o Instituto de Segurança Pública da Polícia Civil.
"Chegaram a me falar para não escolher o Rio, mas eu escolhi e não estou assustada com a violência. Sei que a área é carente e os moradores vão proteger os médicos", diz.
Para o argentino Hugo Galantini, que está no Brasil desde outubro de 2010, o programa significou uma mudança de foco profissional, já que fazia um curso de especialização em psiquiatria e vai agora atuar na atenção básica.
"A clínica médica e a psiquiatria sempre foram as áreas que eu gostei. O importante é ter um foco na saúde do povo brasileiro. Acredito muito nisso", disse o médico, ressaltando que o curso de preparação também deu enfoque a tuberculose.
Segundo o Ministério da Saúde, os médicos do programa tiveram informações sobre a dengue durante o módulo de acolhimento, e, nos estados em que atuarão, serão orientados sobre doenças e dados locais. A atuação dos três médicos estrangeiros no Rio ainda depende da concessão do registro profissional por parte do Conselho Regional de Medicina (Cremerj). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a documentação já foi encaminhada.
Rio de Janeiro – Os profissionais estrangeiros do Programa Mais Médicos passarão por um treinamento especial no Rio sobre dengue, doença que causou ao menos nove mortes na cidade de janeiro a maio deste ano.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, os três profissionais vindos de outros países e que atuarão na capital vão ser orientados sobre as características da capital e a incidência da dengue.
"Já nos falaram que em uma época do ano, o Rio tem muita dengue, e é uma doença que não temos no meu país. Por isso, estamos fazendo uma capacitação especial para lidar com essa doença. Estamos tratando de tudo sobre ela, desde a parte médica até a parte sanitária, com as campanhas de prevenção", disse a médica espanhola Núria Heredia, de 39 anos, que fará parte da equipe da Clínica da Família Armando Palhares, prestando atenção básica a um grupo de 3,6 mil moradores de Realengo, na zona oeste.
No ano passado, até meados de maio, a região de Bangu e Realengo tinha registrado mais de 19 mil casos da doença, cerca de dez vezes mais que os bairros da zona sul, segundo dados divulgados na época pela secretaria. Bangu e Senador Camará receberão os outros dois médicos estrangeiros. Hoje (25), os três conheceram um conjunto habitacional em Realengo e a clínica da família, onde Nuria irá trabalhar.
"Eu já sabia que ia trabalhar em uma das zonas mais carentes do Rio e estou muito animada com isso. Minha intenção é ajudá-los em tudo o que eu puder fazer", diz a médica, que trabalhava no sistema público de saúde na Espanha.
A peruana Roxana Alvarez, que se formou em medicina no México, já tinha trabalhado na atenção básica em uma comunidade pobre do país, e lá chegou a tratar de pacientes com dengue.
"No México, tem bastante dengue também. Morei no norte do país e já tive contato com pacientes com essa doença. É uma doença que no início se parece muito com outras, mas não chega a ser difícil de diagnosticar".
Roxana estava no Brasil participando de um curso de especialização e viu no programa uma oportunidade de continuar no país. Agora, vai trabalhar em Senador Camará, bairro que, assim como Bangu e Realengo, fica em uma das áreas que concentra o maior número de homicídios da capital. Entre janeiro e julho deste ano, foram registradas 92 mortes, segundo o Instituto de Segurança Pública da Polícia Civil.
"Chegaram a me falar para não escolher o Rio, mas eu escolhi e não estou assustada com a violência. Sei que a área é carente e os moradores vão proteger os médicos", diz.
Para o argentino Hugo Galantini, que está no Brasil desde outubro de 2010, o programa significou uma mudança de foco profissional, já que fazia um curso de especialização em psiquiatria e vai agora atuar na atenção básica.
"A clínica médica e a psiquiatria sempre foram as áreas que eu gostei. O importante é ter um foco na saúde do povo brasileiro. Acredito muito nisso", disse o médico, ressaltando que o curso de preparação também deu enfoque a tuberculose.
Segundo o Ministério da Saúde, os médicos do programa tiveram informações sobre a dengue durante o módulo de acolhimento, e, nos estados em que atuarão, serão orientados sobre doenças e dados locais. A atuação dos três médicos estrangeiros no Rio ainda depende da concessão do registro profissional por parte do Conselho Regional de Medicina (Cremerj). Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a documentação já foi encaminhada.