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Médicos cubanos começam a deixar o país – 8.300 viajam até 12/12

Edital para substituir os profissionais foi publicado pelo governo na terça-feira, com inscrições abertas até o dia 25 de novembro para 2.800 municípios

Imagem do programa Mais Médicos: A expectativa, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é de que até 12 de dezembro 8.300 médicos deixem o Brasil

Imagem do programa Mais Médicos: A expectativa, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é de que até 12 de dezembro 8.300 médicos deixem o Brasil

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 06h01.

Última atualização em 22 de novembro de 2018 às 06h44.

Médicos cubanos que faziam parte do programa Mais Médicos começam a voltar para Havana nesta quinta-feira, 22. Estão confirmados, até sábado, cinco voos para a ilha, partindo de Manaus, Brasília, Salvador e São Paulo. A expectativa, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que está auxiliando os profissionais no traslado, é de que até 12 de dezembro 8.300 médicos deixem o Brasil, segundo apurou EXAME.

Os primeiros profissionais cubanos do Mais Médicos desembarcaram no Brasil, em 2013, para trabalhar em unidades básicas de saúde, por meio de uma cooperação entre os dois países e o organismo internacional. O programa que chegou a ter 11.000 médicos cubanos foi sendo gradualmente enxugado, processo que foi acelerado com as declarações do presidente eleito, Jair Bolsonaro.

O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), nomeado como futuro ministro da Saúde, disse em entrevista coletiva, na terça-feira, que o Brasil precisa de políticas de saúde sustentáveis e não de “improvisações”. “Esse era um dos riscos de se fazer um convênio e terceirizar uma mão de obra tão essencial. Os critérios, à época, me parece que eram muito mais um convênio entre Cuba e o PT, e não entre Cuba e o Brasil, porque não houve uma tratativa bilateral e, sim, uma ruptura unilateral”, afirmou, na ocasião.

O governo cubano anunciou, na semana passada, que vai retirar os médicos do programa, citando que Bolsonaro vem fazendo “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” à presença dos profissionais no Brasil.

Um edital para substituir os médicos cubanos foi publicado pelo governo na terça-feira, com inscrições abertas até o dia 25 de novembro. São 8.300 vagas para 2.800 municípios, além de 34 distritos indígenas. O valor da bolsa, válida apenas para médicos formados no Brasil ou com diploma estrangeiro validado, é de 11.865 reais (o mesmo pago atualmente ao governo cubano) e os interessados têm até dia 7 de dezembro para comparecer ao município escolhido. Se for necessário, outro edital será lançado em 7 de novembro, desta vez para médicos sem a validação de diploma.

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