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MEC quer criar sistema para antecipar faltas no Enem

O objetivo é diminuir o número de ausências e reduzir gastos com a preparação do exame

Alunos se preparam para o Enem: segundo o Inep, o gasto com os faltosos é de R$ 103 milhões (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 09h22.

São Paulo - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação ( MEC ), pretende criar um sistema em que os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) possam comunicar com antecedência se pretendem faltar no dia da prova.

O objetivo é diminuir o número de ausências e reduzir gastos com a preparação do exame. Mais de 2 milhões de inscritos não fizeram o Enem neste ano, quase um terço do total.

A ideia não é instituir uma confirmação de inscrição, o que tornaria o processo mais complexo, mas poder antecipar ausências previstas e evitar impressões de provas, cartões de convocação, formação de salas e contratação de equipe.

O presidente do Inep, Luis Cláudio Costa, diz que o número de ausências preocupa. "Queremos um Enem inclusivo, mas 29% de ausência chama a atenção e é um custo para o Brasil", avalia. "Temos de fazer um trabalho de conscientização."

Com base no custo por inscrito, calculado pelo Inep após o fechamento dos 7,1 milhões de inscrições, o gasto com os faltosos é de R$ 103 milhões. O presidente do instituto defende, porém, que esse prejuízo não passará de R$ 60 milhões. "As redações desses faltosos não serão corrigidas, o que reduz o gasto. E há um custo de operação, de rotas, que não tem alteração."

A taxa de abstenção cresceu em relação a 2012, quando 1,6 milhão de inscritos (27,9%) faltaram. Em 2011, foram 26,4%.

O Inep já sabe que, no ano passado, praticamente dois terços dos faltosos eram inscritos com isenção de taxa - o instituto não divulgou o estudo sobre o assunto.


Costa diz que, por questões legais, há impedimentos para sanções a faltosos não pagantes - uma vez que, caso haja comprovação de carência, existe a garantia da isenção. Também por esse motivo, o Inep não teria criado um mecanismo para a edição deste ano, como era o plano no ano passado. "A solução não é simples", explica.

Os estudantes concluintes de escola pública estão livres da taxa. Mas até quem paga acaba causando prejuízos, uma vez que a taxa não é suficiente.

Para o professor Zacarias Gama, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o número de ausências se deve à característica da prova. "O exame não segue o fluxo da escola básica, ou seja, os candidatos não são só aqueles que estão acabando o ensino médio", diz.

Queixas

O MEC deve analisar nesta semana casos de possíveis prejudicados na aplicação do exame e daqueles que perderam a prova. Em Belo Horizonte, cem estudantes reclamam que no domingo os portões teriam sido fechados antes do horário previsto na Faculdade Kennedy, no bairro Rio Branco.

Ao menos um desses estudantes vai recorrer à Justiça para tentar fazer as provas. "Cheguei dentro do horário, e teve gente que chegou antes de mim e também não entrou. Nossa ideia é recorrer à Justiça", disse ele, que preferiu não se identificar. O Inep defende que não houve fechamento antecipado e não haverá nova data para o grupo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação ( MEC ), pretende criar um sistema em que os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) possam comunicar com antecedência se pretendem faltar no dia da prova.

O objetivo é diminuir o número de ausências e reduzir gastos com a preparação do exame. Mais de 2 milhões de inscritos não fizeram o Enem neste ano, quase um terço do total.

A ideia não é instituir uma confirmação de inscrição, o que tornaria o processo mais complexo, mas poder antecipar ausências previstas e evitar impressões de provas, cartões de convocação, formação de salas e contratação de equipe.

O presidente do Inep, Luis Cláudio Costa, diz que o número de ausências preocupa. "Queremos um Enem inclusivo, mas 29% de ausência chama a atenção e é um custo para o Brasil", avalia. "Temos de fazer um trabalho de conscientização."

Com base no custo por inscrito, calculado pelo Inep após o fechamento dos 7,1 milhões de inscrições, o gasto com os faltosos é de R$ 103 milhões. O presidente do instituto defende, porém, que esse prejuízo não passará de R$ 60 milhões. "As redações desses faltosos não serão corrigidas, o que reduz o gasto. E há um custo de operação, de rotas, que não tem alteração."

A taxa de abstenção cresceu em relação a 2012, quando 1,6 milhão de inscritos (27,9%) faltaram. Em 2011, foram 26,4%.

O Inep já sabe que, no ano passado, praticamente dois terços dos faltosos eram inscritos com isenção de taxa - o instituto não divulgou o estudo sobre o assunto.


Costa diz que, por questões legais, há impedimentos para sanções a faltosos não pagantes - uma vez que, caso haja comprovação de carência, existe a garantia da isenção. Também por esse motivo, o Inep não teria criado um mecanismo para a edição deste ano, como era o plano no ano passado. "A solução não é simples", explica.

Os estudantes concluintes de escola pública estão livres da taxa. Mas até quem paga acaba causando prejuízos, uma vez que a taxa não é suficiente.

Para o professor Zacarias Gama, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o número de ausências se deve à característica da prova. "O exame não segue o fluxo da escola básica, ou seja, os candidatos não são só aqueles que estão acabando o ensino médio", diz.

Queixas

O MEC deve analisar nesta semana casos de possíveis prejudicados na aplicação do exame e daqueles que perderam a prova. Em Belo Horizonte, cem estudantes reclamam que no domingo os portões teriam sido fechados antes do horário previsto na Faculdade Kennedy, no bairro Rio Branco.

Ao menos um desses estudantes vai recorrer à Justiça para tentar fazer as provas. "Cheguei dentro do horário, e teve gente que chegou antes de mim e também não entrou. Nossa ideia é recorrer à Justiça", disse ele, que preferiu não se identificar. O Inep defende que não houve fechamento antecipado e não haverá nova data para o grupo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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