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MDB confirma nome no Senado e Simone Tebet lança pré-candidatura

Senado tinha por tradição eleger como presidente o nome indicado pela maior bancada da Casa, seguindo o critério da proporcionalidade

Simone Tebet: MDB não abrirá mão de disputar a presidência do Senado (Adriano Machado/Reuters)

Simone Tebet: MDB não abrirá mão de disputar a presidência do Senado (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 06h45.

Partido com a maior bancada do Senado, o MDB insistirá na regra da proporcionalidade e não abrirá mão de disputar a presidência da Casa, afirmou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS), que já colocou sua postulação ao cargo.

Outros integrantes da legenda, como o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (PE), o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e o próprio líder do partido na Casa, Eduardo Braga (AM), também são cotados como possíveis candidatos da bancada, que se reuniu nesta quarta-feira. Será candidato aquele com maior viabilidade entre as outras bancadas.

"Diferentemente do passado, o MDB não vai rachar e marcha unido na disputa pela presidência. É agora que o jogo começa", disse a senadora, que já trava conversas com colegas e anunciou à bancada sua intenção de concorrer na reunião desta quarta.

"O MDB hoje tem consciência de que o adversário não está dentro do partido e precisa buscar os votos fora", disse, acrescentando que não há um prazo para a definição de um nome a ser apoiado por toda a bancada.

O Senado tinha por tradição eleger como presidente o nome indicado pela maior bancada da Casa, seguindo o critério da proporcionalidade. A última disputa pelo comando do Senado, no entanto, resultou na escolha de um nome fora da regra, o do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). O MDB, na ocasião, havia rachado em uma disputa entre Tebet e Renan Calheiros (AL).

"Não ter proporcionalidade significa transformar o Senado em balcão de negócios. Isso não é saudável para a democracia", defendeu Tebet.

Hoje considerado um forte cabo eleitoral, Alcolumbre trabalha pela eleição do Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nome apoiado pelo governo. Mas a decisão do presidente do Senado de oferecer um nome de fora da regra da proporcionalidade, sem uma negociação prévia com bancadas da Casa, foi vista por alguns como um erro já na largada da corrida eleitoral.

As movimentações, que já se desenham com vistas a possíveis desdobramentos para as eleições de 2022, incluíram conversa em que foi oferecida uma permuta ao MDB, segundo quem acompanha as articulações.

Em troca de apoio à candidatura do presidente do MDB e líder de bancada, deputado Baleia Rossi (SP), ao comando da Câmara, o partido foi convidado a chancelar a candidatura do DEM no Senado. A proposta não foi bem recebida por senadores do MDB.

Atualmente dois partidos são alvo de interesse especial entre as principais forças com potencial de eleger o próximo presidente do Senado: o PSD e o Podemos, donos da segunda e da terceira maiores bancadas no Senado.

Se, por um lado, o nome escolhido por Alcolumbre é identificado como um candidato do Planalto e pode colocar em dúvida a independência da Casa, do outro lado, no MDB, dois líderes do governo estão colocados como possibilidades.

Isso tudo diante de um ano que se mostrará desafiador e exigirá do Congresso muito trabalho para aprovar as medidas de enfrentamento à crise do coronavírus e à situação fiscal do país.

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